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O discurso é diferente, mas as ações do governador João Doria e do presidente Jair Bolsonaro são parecidas quando se trata de defender os interesses dos mais ricos.
Benedito Roberto Barbosa, o Dito, chegou a esta conclusão quando uma lei aprovada na Assembleia Legislativa de São Paulo para suspender os despejos em áreas urbanas paulistas, durante seis meses, por causa da pandemia, foi vetada por Doria.
Dito é articulador nacional da Campanha Despejo Zero.
No Senado Federal, o senador Marcos Rogério, agora famoso por causa da defesa enfática que faz do governo Bolsonaro na CPI da Pandemia, ajudou a articular a derrubada de parte da lei que suspenderia os despejos também no campo.
Rogério argumentou que a suspensão dos despejos seria o mote para o Movimento dos Sem Terra fazer ocupações, atribuindo ao MST o papel historicamente desempenhado pelos jagunços contratados pelos latifundiários: promover violência no campo.
Benedito, que também é um dos dirigentes da Central de Movimentos Populares, afirma que vários projetos suspendendo os despejos coletivos foram aprovados — em Ribeirão Preto, o veto do prefeito foi derrubado na Câmara dos Vereadores.
Ele diz que a campanha foi lançada não para incidir na luta por moradia, mas por questões humanitárias — e define como “histórica” a liminar concedida pelo ministro Luís Roberto Barroso, do STF, suspendendo temporariamente os despejos.
Porém, a crise econômica e a falta de condições de pagar aluguel levou a uma “panela de pressão” nas periferias das grandes cidades, com um aumento sem precedentes no número dos sem teto — conforme tem denunciado o padre Júlio Lancellotti, recém-premiado pela Câmara Federal com o prêmio Zilda Arns de direitos humanos.
Benedito diz que não existem estatísticas oficiais, mas que o tradicional número de 25 mil moradores de rua em São Paulo, baseado em levantamento feito antes da pandemia, pode ter crescido para 50 mil, citando dados da vacinação da covid.
Em Salvador, dirigentes locais apontam para um crescimento de 140% no número de sem teto nas ruas da capital baiana.
Apesar do relativo sucesso da Despejo Zero, 14.500 famílias foram removidas de ocupações durante a pandemia, segundo levantamento dos militantes. Outras 85.500 correm o mesmo risco.
Para além da crise econômica, Benedito afirma que tanto na cidade de São Paulo, quanto no Estado e no Brasil, as políticas habitacionais foram praticamente suspensas ou são muito irregulares.
O Casa Verde e Amarela, do governo Bolsonaro, sobrevive na mídia de inaugurações de projetos que são herança do Minha Casa, Minha Vida.
O presidente entregou, por exemplo, 472 apartamentos em Petrolina. Posou para fotos e vídeos dando as chaves a futuros moradores. O ato virou peça publicitária do governo.
O Minha Casa, que ganhou notoriedade no governo de Dilma Rousseff, atendia com subsídios a faixa que representa de 85% a 90% do déficit habitacional no Brasil, os de renda mensal de até R$ 1.200,00.
Bolsonaro e seu ministro Paulo Guedes trocaram o nome do programa e cortaram os subsídios.
Desemprego, inflação e pandemia se combinaram para armar uma situação dramática nas periferias das metrópoles, afirma Benedito Barbosa, o que se traduz em ocupações organizadas e espontâneas — na definição dele, é a pior crise de moradia no Brasil desde o fim da ditadura militar.
Benedito Roberto Barbosa, o Dito, chegou a esta conclusão quando uma lei aprovada na Assembleia Legislativa de São Paulo para suspender os despejos em áreas urbanas paulistas, durante seis meses, por causa da pandemia, foi vetada por Doria.
Dito é articulador nacional da Campanha Despejo Zero.
No Senado Federal, o senador Marcos Rogério, agora famoso por causa da defesa enfática que faz do governo Bolsonaro na CPI da Pandemia, ajudou a articular a derrubada de parte da lei que suspenderia os despejos também no campo.
Rogério argumentou que a suspensão dos despejos seria o mote para o Movimento dos Sem Terra fazer ocupações, atribuindo ao MST o papel historicamente desempenhado pelos jagunços contratados pelos latifundiários: promover violência no campo.
Benedito, que também é um dos dirigentes da Central de Movimentos Populares, afirma que vários projetos suspendendo os despejos coletivos foram aprovados — em Ribeirão Preto, o veto do prefeito foi derrubado na Câmara dos Vereadores.
Ele diz que a campanha foi lançada não para incidir na luta por moradia, mas por questões humanitárias — e define como “histórica” a liminar concedida pelo ministro Luís Roberto Barroso, do STF, suspendendo temporariamente os despejos.
Porém, a crise econômica e a falta de condições de pagar aluguel levou a uma “panela de pressão” nas periferias das grandes cidades, com um aumento sem precedentes no número dos sem teto — conforme tem denunciado o padre Júlio Lancellotti, recém-premiado pela Câmara Federal com o prêmio Zilda Arns de direitos humanos.
Benedito diz que não existem estatísticas oficiais, mas que o tradicional número de 25 mil moradores de rua em São Paulo, baseado em levantamento feito antes da pandemia, pode ter crescido para 50 mil, citando dados da vacinação da covid.
Em Salvador, dirigentes locais apontam para um crescimento de 140% no número de sem teto nas ruas da capital baiana.
Apesar do relativo sucesso da Despejo Zero, 14.500 famílias foram removidas de ocupações durante a pandemia, segundo levantamento dos militantes. Outras 85.500 correm o mesmo risco.
Para além da crise econômica, Benedito afirma que tanto na cidade de São Paulo, quanto no Estado e no Brasil, as políticas habitacionais foram praticamente suspensas ou são muito irregulares.
O Casa Verde e Amarela, do governo Bolsonaro, sobrevive na mídia de inaugurações de projetos que são herança do Minha Casa, Minha Vida.
O presidente entregou, por exemplo, 472 apartamentos em Petrolina. Posou para fotos e vídeos dando as chaves a futuros moradores. O ato virou peça publicitária do governo.
O Minha Casa, que ganhou notoriedade no governo de Dilma Rousseff, atendia com subsídios a faixa que representa de 85% a 90% do déficit habitacional no Brasil, os de renda mensal de até R$ 1.200,00.
Bolsonaro e seu ministro Paulo Guedes trocaram o nome do programa e cortaram os subsídios.
Desemprego, inflação e pandemia se combinaram para armar uma situação dramática nas periferias das metrópoles, afirma Benedito Barbosa, o que se traduz em ocupações organizadas e espontâneas — na definição dele, é a pior crise de moradia no Brasil desde o fim da ditadura militar.

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