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De Aroeira |
A questão é que agora o bode malcheiroso não se contenta em soltar arrotos, bravatas e fezes pela sala: ao se sentir ameaçado, seu objetivo é destruir a casa toda, desde que ele e seus filhos não sejam alcançados pela justiça.
Bolsonaro, o bode malcheiroso disposto a destruir a casa para se salvar
por Eduardo Ramos
Família Marinho, Rodrigo Janot, Sérgio Moro, cada um dos procuradores da Lava Jato, os três desembargadores amigos de Moro no TRF4, grande mídia em geral, ministros do STF, militares e nossas elites e classes médias, todos esses personagens e segmentos sociais, sem exceção, são os responsáveis por esse momento de expectativa e angústia que passamos, os brasileiros lúcidos, às vésperas do feriado de sete de setembro de 2021.
Todos os citados cavaram com suas mãos, sôfregos, deslumbrados, arrogantes, perversos, o rio de esgoto pelo qual navegou Bolsonaro até se tornar o que é: o bode malcheiroso no meio da sala, que ninguém sabe exatamente como de lá tirar. Pior: alguns na verdade querem que lá ele permaneça, apesar dos estragos, miséria e genocídio que causou, nossa imagem indelevelmente destruída aos olhos do mundo, por décadas!
A questão é que agora o bode malcheiroso não se contenta em soltar arrotos, bravatas e fezes pela sala: ao se sentir ameaçado, seu objetivo é destruir a casa toda, desde que ele e seus filhos não sejam alcançados pela justiça. É desesperador saber que NADA DISSO teria ocorrido se instituições, mídia, elites e classes médias tivessem sido minimamente civilizados, democráticos, sem tantos nojos, ódios, ganâncias e fanatismos a lhes guiar por esse esgoto, de Lava Jato, de quebras de Direito, de pisoteamento da Democracia, do ensinamento sistemático do ódio ao inimigo, o “SATANÁS” do rebanho tosco formado por nossas classes médias, ele, Luís Inácio Lula da Silva. Que, por ironia, pode ser quem nos salve da presença bestial e demente de Bolsonaro à frente do país.
Mas, pode perguntar alguém, “faz sentido começar um texto desses acusando pessoas e instituições, em vez de olhar para o horror do tempo presente?”
E eu respondo a esse alguém hipotético: “Leiamos, todos nós, um pouco de Hannah Arendt e tudo o que ela quis nos ensinar de mais precioso. Que, exatamente por ser banal, o mal precisa ser conhecido e reconhecido, desde suas origens, justamente para que NÃO SE REPITA!”
Ou aprendemos enquanto nação, de uma vez por todas, militares, arrogantes e preconceituosos, procuradores do MPF, narcísicos, fanáticos e de comportamento indigno, desembargadores federais e ministros do STF, cúmplices covardes de todas as bandalhas de Moro, Família Marinho, que não tem o direito canalha de impingir ao país os destinos políticos que lhe interessam, elites e classes médias, que passou esse tempo de Brasil colônia, onde um presidente como Lula não pode tentar levar dignidade, sonhos e oportunidades aos nossos pobres e miseráveis sem que seja visto como um inimigo a ser odiado, enfim, ou passamos por um processo de reeducação do país como um todo, ou daqui a algumas décadas, um Novo Moro, outros procuradores sem princípios éticos e dignidade no exercício da profissão, e as mesmas elites e classes médias, apoiadas sempre pelo militares, colocarão outro bode malcheiroso na sala, e teremos mais mortes, miséria, fome, destruição do meio ambiente, e mais uma vez seremos o motivo de vergonha e desprezo mundiais. Basta!
Mas, sim, falemos do atual momento e o que fazer. Resumo tudo em uma frase, que tem a ver com os parágrafos anteriores: que os segmentos sociais que foram irresponsáveis de um modo ou de outro, CUMPRAM SEUS DEVERES!
“Mas é só isso o necessário?” Sim, apenas isso. Se os militares honrarem suas fardas deixando o país ser livre, soberano e democrático em vez de querer tomar o poder a cada vez que tiverem oportunidade, então eles não vão embarcar na “aventura Bolsonaro”. Ao contrário, vão repudiá-la com veemência. Esse é um teste histórico para a maturidade e dignidade de nossas Forças Armadas, dignidade essa bastante arranhada e suja por alguns de seus membros nos últimos anos. Se os governadores punirem exemplarmente os PMs que cometerem falas e ações à margem da Lei, uma rebelião de PMs está natimorta. Tudo depende dessa primeira reação. Se o Congresso Nacional, o MPF e o Judiciário aplicarem a Lei e a Constituição com firmeza, o barco de Bolsonaro começará a fazer água. E se a mídia parar de atacar Lula e o PT e se focar na crise imensa que estamos passando – alguém avisa ao Merval para deixar em paz os “bilaus” alheios… – então, podemos todos passar por esse momento trágico, chamuscados, tristes, envergonhados, com aquela sensação de: “Meu Deus, como chegamos a esse ponto?” – e a única resposta válida sempre será: “Porque as instituições e a própria sociedade civil falharam em seus deveres mais basilares enquanto cidadãos de um país que se quer civilizado….”
Bolsonaro é um ser perverso e doentio. Não é mais um bode malcheiroso no meio da sala, causando algum incômodo. É um bode furioso, disposto a destruir tudo, para se salvar.
Não faz sentido que deixemos esse louco destruir de vez o nosso país.
Que instituições, todas elas, e sociedade, façam a sua parte!
(eduardo ramos)
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