Políticos reagiram à publicação da nota do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a respeito da crise institucional entre os poderes da República. No texto intitulado "Declaração à Nação", Bolsonaro afirmou que nunca teve "intenção de agredir quaisquer dos poderes" e justificou que suas palavras “por vezes contundentes, decorreram do calor do momento”. A nota foi publicada nesta quinta (9).
Entre os congressistas, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ), chamou o presidente de "frouxo e covarde".
Durante as manifestações pró-governo no 7 de setembro, o presidente atacou, mais uma vez, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que "só Deus" o tiraria de Brasília e que ele nunca seria preso.
O deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) afirmou que não se sabe até quando o "recuo" de Bolsonaro irá durar, já que o presidente tem comportamento imprevisível.
“Depois de ter criado o caos no país, nas últimas 48h, com atos antidemocráticos em Brasília e São Paulo, ameaças golpistas e ataques ao Supremo Tribunal Federal, finalmente Bolsonaro recuou. É difícil dizer até quando esse recuo vai durar, porque, como sabemos, o presidente é instável e inconsequente e pode voltar à sua escalada autoritária a qualquer momento. Já passou da hora de o presidente da República cuidar dos verdadeiros problemas do país: a fome, desemprego, a inflação, entre tantos outros, e parar de criar novos problemas. O país não suporta mais.”, disse.
Ao Congresso em Foco, a vice-líder da oposição na Câmara, a deputada Perpétua Almeida (PCdoB) também se manifestou e disse que Bolsonaro recuou porque "se viu sozinho".
"Bolsonaro só tem gogó! O presidente fora-da-lei arregou! Viu que se enforcava na própria corda. Pregou golpe contra o STF e seu golpe fracassou. Recuou porque se viu sozinho, mas ele não é confiável. Precisamos manter a vigilância sobre ele", disse.
O deputado Túlio Gadelha (PDT-PE) afirmou que as "desculpas" do presidente não irão "conter os lunáticos nas ruas" e a nota divulgada só justifica o adiamento da abertura de um processo de impeachment.
"Que bom que temos uma nota sensata. Mas Bolsonaro é um incendiário insano. Suas 'desculpas' não irão conter os lunáticos nas ruas. Essas pessoas não lêem 'notas'. Esse texto de arrependimento servirá apenas para que parte da classe política justifique o adiamento de um processo de impeachment que já deveria ter sido instaurado", disse ao Congresso em Foco.
Nas redes sociais, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) ironizou a carta, que foi divulgada após o presidente Bolsonaro se reunir com Michel Temer e questionou se é Temer quem vai governar o país.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse torcer para que o comunicado do presidente não seja da boca para fora.
O deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ), também se pronunciou sobre a nota. Para o deputado, o presidente não tem palavra e "o Brasil não tem governo e Bolsonaro não pode continuar no Palácio do Planalto".
Em tom irônico, o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), escreveu que "o leão virou rato".


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