Viomundo
4-5 minutos
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, testou positivo para covid 19 em Nova York e não retornará para o Brasil com a delegação do presidente Jair Bolsonaro.

Ele cumprirá quarentena em Nova York. Um integrante do escalão avançado do presidente, que viajou antes da delegação para checar o roteiro de Bolsonaro na cidade, também havia testado positivo para covid.

Antes da viagem, Queiroga demonstrou completa adesão a Bolsonaro ao suspender a vacinação de adolescentes no Brasil, antes de o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, decidir liminarmente que cabe a prefeitos e governadores tratar do assunto.

Uma vez em Nova York, Queiroga levantou-se de seu banco em um microônibus para mostrar o dedo do meio a manifestantes, certamente ganhando pontos com o chefe.

O ministro infectado supostamente tomou as duas doses da vacina contra a covid, mas não é incomum que novas cepas do vírus superem a barreira vacinal, porém resultando quase sempre em casos leves.

Bolsonaristas, obviamente, argumentam que Queiroga prova que a vacina não funciona, que Bolsonaro tem razão e que o ministro da Saúde deveria se tratar com cloroquina e ivermectina. Com isso, alegam, ficaria provado que o “tratamento inicial” funciona, outro ponto para o presidente.

Porém, a mídia dos Estados Unidos e da Europa, em sua cobertura sobre Bolsonaro, destacou não só as mentiras contadas por ele na ONU, mas o comportamento irresponsável do presidente brasileiro em um encontro de caráter internacional.

Sem máscara, Bolsonaro comeu pizza nas ruas de Nova York e fez refeição do lado de fora de uma churrascaria brasileira, já que restaurantes da cidade não podem receber pessoas não vacinadas.

Visto na mesma foto que rodou o planeta, o ministro Marcelo Queiroga, àquela altura já contaminado, aparece obviamente com a máscara arriada e um pedaço de pizza na mão.

Ele também pode ter transmitido o vírus dentro da Assembleia Geral das Nações Unidas, pois assistiu ao discurso de Bolsonaro ao lado da primeira dama. Queiroga estava usando máscara.

Esta é potencialmente a segunda vez em que a delegação de Bolsonaro espalha o vírus nos Estados Unidos.

Numa visita à Flórida, no ano passado, integrantes da comitiva contaminaram o prefeito de Miami e poderiam tê-lo feito até com o presidente Donald Trump, com quem Bolsonaro jantou.

Trump, no entanto, testou negativo na época.

Estados Unidos e Brasil estão no rol dos países com maior números de mortes por 100 mil habitantes do mundo, em parte por causa do negacionismo de Trump e Bolsonaro. Os dois paises somam mais de 1,2 milhão de mortes por covid.

Com o domínio da variante Delta, os EUA vivem uma terceira onda, com média móvel de mais de 130 mil novos casos nos últimos sete dias.

No Brasil, há indícios de que a queda no número de casos e mortes foi interrompida.

A variante Delta encontrou boa parte da população brasileira recentemente imunizada, o que causa dúvidas se ela terá o mesmo impacto que teve em outros países, como Reino Unido e Israel.

A reviravolta causada pela Delta levou à decisão de autoridades sanitárias de programar uma terceira dose, de reforço, ao menos para os mais idosos e os que tenham comorbidades.

viomundo.com.br

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