Discussão acalorada fez com que trabalhos do dia fossem encerrados antecipadamente.

Discussão tumultuada ocorreu após Simone Tebet questionar atitude da CGU no caso Covaxin. O ministro Wagner Rosário chamou a senadora de "descontrolada", e outros parlamentares partiram em defesa da colega.


Deutsche Welle (www.dw.com)
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Discussão tumultuada ocorreu após Simone Tebet questionar atitude da CGU no caso Covaxin. O ministro Wagner Rosário chamou a senadora de "descontrolada", e outros parlamentares partiram em defesa da colega.


A CPI da Pandemia decidiu nesta terça-feira (21/09) passar o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, da condição de testemunha a de investigado, após uma séria discussão dele com a senadora Simone Tebet (MDB-MS). O ministro chamou a parlamentar de "descontrolada", o que levou vários senadores a saírem em defesa da colega, classificando-o como "machista".

A discussão começou após Tebet expor uma cronologia das supostas ações e omissões da CGU na polêmica negociação do Ministério da Saúde com a Precisa Medicamentos, para a compra de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin, um dos alvos da CPI.

Segundo Tebet, ao contrário de outros contratos relativos à pandemia, a controladoria não agiu preventivamente para barrar irregularidades.

A senadora afirmou que a CGU foi acionada "tarde demais", contrariando acordo firmado com o Ministério da Saúde em 2020 para analisar previamente os contratos da pandemia.

Ao responder, Wagner Rosário recomendou que a senadora "lesse tudo de novo", pois só havia dito "inverdades". Tebet advertiu que o ministro não poderia dar ordens a uma senadora da República, e comparou-o a um "menino mimado".

"Não faça isso. O senhor pode dizer que eu falei inverdades, mas não me peça para fazer algo porque eu sou senadora da República", afirmou Tebet.

Foi então que Wagner Rosário chamou a senadora de "descontrolada", fazendo com que outros parlamentares saíssem em defesa da colega. A situação precipitou o encerramento dos trabalhos do dia.

"A senhora me chamou de engavetador, me chamou do que quis", disse o ministro. "Me chama de menino mimado, eu não lhe agredi. A senhora está totalmente descontrolada, me atacando", completou o titular da CGU.

Wagner Rosário disse, ainda, a Otto Alencar (PSD-BA), que o chamara de "moleque de recados" do presidente Jair Bolsonaro, que não responderia "em respeito à sua idade".

Após a sessão, Tebet disse que o ministro se desculpou em particular.

"Ele entendeu que se exaltou e vamos dar por encerrado esse capítulo", disse a senadora.

Acusações de prevaricação

Wagner Rosário vem sendo criticado pela cúpula da CPI por suposta omissão no caso Covaxin. No depoimento, ele defendeu sua atuação pessoal e a da CGU.

Na semana passada, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que Wagner Rosário prevaricou ao não mandar investigar suspeitas sobre o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, embora a CGU dispusesse de evidências colhidas em uma operação contra corrupção no Instituto Evandro Chagas, de pesquisa biomédica, em Belém.

O titular da CGU refutou a acusação de prevaricação e alegou que a pasta abriu auditoria específica sobre o contrato da Covaxin, no dia 22 de junho. Para os senadores, porém, a providência só foi tomada depois que a CPI expôs o caso.

Ao longo da sessão, diversos senadores criticaram o tom do depoente. O senador Rogério Carvalho (PT-SE) o classificou como "petulante".

Wagner Rosário chegou a ser advertido por Tasso Jereissati (PSDB-CE), no exercício da presidência, para "baixar a bola".

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