Ricardo Semler. Foto: Reprodução/YouTube
 


Kiko Nogueira
DCM
4-5 minutos

O empresário Ricardo Semler, ex-CEO da Semco e hoje seu maior acionista, autor do best-seller “Virando a Própria Mesa”, escreveu sobre Lula, Bolsonaro, terceira via e Putin na Folha.

De acorco com Semler, é hora de união em torno do ex-presidente “para evitar o pior”. “Pergunto: é impossível imaginar Bolsonaro arrumando conflitos nas fronteiras com Argentina ou Venezuela? Ou se imaginando um autocrata eleito para ser beligerante? Está longe dos sonhos dele ser o ‘Putin das bananas’?”, escreve.

Alguns trechos:


Hoje não me surpreende Vladimir Putin querer refazer a União Soviética e se tornar o novo Stálin. Nem fico surpreso ao ver o Brasil citado como aliado passivo do líder russo —combina. O que espanta é ver colegas da elite não se mobilizando para terminar com o reinado em vigor.

Há alguns anos estava óbvio que a elite seria omissa, o que levaria a um Brasil humilhado, mais pobre e de baixo QI. A ideia de que Paulo Guedes, de pouca competência e alta vaidade, seria o porto seguro dos empresários já era risível.

Agora, a obstinada procura míope pela terceira via continua criando um risco substancial à nação. (…)

Lula (PT) segue líder nas pesquisas, mas há sinais de que sua vitória pode estar em perigo. A jogada do Auxílio Brasil, obtida com ampla corrupção no Congresso, ainda não fez efeito —nem o fim da pandemia, com o aumento de empregos que virá junto.

Também as ondas da Ucrânia chegarão aqui. Em forma de inflação, mas também como inspiração de truculência ditatorial, tão atrativa ao nosso presidente Jair Bolsonaro (PL).

Parece difícil imaginar o Brasil dobrando o seu orçamento militar, mas a Alemanha acaba de triplicá-lo e será seguida por parte das maiores economias do mundo. Pergunto: é impossível imaginar Bolsonaro arrumando conflitos nas fronteiras com Argentina ou Venezuela? Ou se imaginando um autocrata eleito para ser beligerante? Está longe dos sonhos dele ser o “Putin das bananas”? 
 
Lula e Bolsonaro

Se ele se reeleger, o Brasil vai para a categoria de “rogue country” —pária institucional, como já tem ocorrido na prática. Irá se juntar à Hungria, à Venezuela e às Filipinas como um “paiseco” que aguarda o fim da ditadura democratizada. (…)

Claro, o PT —em medida menor, mas também indesculpável— deixou grassar a corrupção que sempre definiu o Brasil, mas vale dar votos para que tenha havido um aprendizado. Da mesma maneira que uma Alemanha militarizada não me sugere novos nazistas, espera-se que um novo PT tenha se reformado. Os indícios não são ruins: nem Lula nem Dilma Rousseff tem ilhas secretas ou dinheiro em contas suíças —Putin, num país de economia menor, roubou algo como US$ 100 bilhões, e os nossos ACMs, Malufs, Quércias, Sarneys —todos terceiras vias apoiados pela elite econômica— foram acusados de desvios bilionários.

É hora de empresários importantes e as centenas de jovens milionários se associarem para evitar o pior. Chega de centrão, ou acreditar que a direita de baixo intelecto é uma solução para o país. É hora de negociar com Lula um Arminio Fraga, um Pedro Malan ou um Pérsio Arida. Hora de financiar um caminho saudável, manifestar-se contra a barbárie burra em que nos metemos por falta de visão.

 

 diariodocentrodomundo.com.br

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