Ministro, que nega as acusações, foi chamado pelo governo federal para prestar esclarecimentos ainda na noite de ontem.
Ana Gabriela Sales
jornalggn.com.br
4–5 minutos
O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, assume o cargo em cerimônia no auditório do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) – José Cruz (Agência Brasil) |
A Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto se manifestou, noite desta quinta-feira (5), sobre as denúncias de assédio sexual contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. O governo afirmou que o caso é grave e será tratado com celeridade.
“O governo federal reconhece a gravidade das denúncias. O caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem”, diz a nota.
Entenda o caso
A organização Me Too Brasil, que atua no acolhimento de vítimas de violência sexual, confirmou nesta quinta-feira (5) que recebeu diversas denúncias de assédio sexual contra Silvio Almeida, mas que as vítimas pediram anonimato.Inicialmente, o caso foi publicado pelo site Metrópoles, que apontou a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, como uma das vítimas. A ministra ainda não se manifestou sobre o caso.
Em comunicado, a Me Too Brasil informou que todas as vítimas receberam acolhimento psicológico e jurídico e destacou que quando os agressores são figuras poderosas e influentes essas mulheres enfrentam dificuldades em ter suas vozes ouvidas.
“Como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentaram dificuldades em obter apoio institucional para a validação de suas denúncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa”, diz o documento.
“A denúncia é o primeiro passo para responsabilizar judicialmente um agressor, demonstrando que ninguém está acima da lei, independentemente de sua posição social, econômica ou política”, completa o texto.
O que diz Silvio Almeida
O ministro nega as acusações. Em nota, ele já havia afirmado que pediria investigação do caso. “Encaminharei ofícios para Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa do caso“, escreveu.
O Ministério também divulgou nota afirmando que a Me Too Brasil, responsável pela divulgação das supostas denúncias, “possui histórico relacional controverso” e que a ação seria uma tentativa de interferência no processo de licitação para a gestão do Disque 100, canal de denúncia de violão de direitos humanos.
Investigações
Após o caso vir à tona, a Comissão de Ética da Presidência da República abriu um procedimento para apurar as denúncias. Ainda ontem, Silvio Almeida foi chamado pelo governo para prestar esclarecimentos e foi ouvido pelo ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Carvalho, e pelo advogado-geral da União, Jorge Messias.
Hoje (6), o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos, afirmou que irá abrir inquérito para apurar as denúncias de assédio sexual.
Além disso, segundo o Metrópoles, uma reunião entre o presidente Lula (PT) e Anielle Franco “nas próximas horas” determinará o destino de Almeida no governo federal.
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