Ex-presidente ataca STF, minimiza tentativa de golpe e insinua que sua prisão geraria "comoção nacional"
brasil247.com
Redação Brasil 247
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Jair Bolsonaro - 20/02/2025 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino) |
247 – Denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) sob a acusação de liderar uma tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro (PL) voltou a se vitimizar em entrevista ao jornalista Leo Dias, publicada nesta terça-feira (25). Em um discurso carregado de ataques ao Judiciário, o ex-presidente afirmou que considera sua condenação provável e alegou que, caso seja preso, pode "morrer na cadeia".
"Se for condenado por tudo, são mais de 40 anos. Eu não vou viver mais [do que isso]", disse Bolsonaro, insinuando que sua prisão serviria apenas para eliminá-lo. "Para algumas pessoas importantes, não interessa eu preso, interessa eu morto." Ainda segundo ele, sua eventual detenção provocaria reações significativas: "Eu preso vou ser um problema também, vai haver uma comoção nacional".
A denúncia contra Bolsonaro foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no último dia 19, sob acusações de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado contra patrimônio da União e participação em organização criminosa. As penas máximas somadas chegam a 43 anos de prisão, além da possibilidade de inelegibilidade por mais tempo do que os oito anos já impostos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023.
Na entrevista, Bolsonaro fez ataques diretos ao STF, especialmente à Primeira Turma, que julgará sua denúncia. "Se você analisar uma turma com a outra, essa turma que eu estou tem um apelido, né? Câmara de gás. Entrou ali...", disse. Questionado sobre a origem do termo, respondeu: "É o que a gente ouve falar por aí". O colegiado é composto pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux.
O ex-presidente voltou a minimizar sua participação na tentativa de golpe e nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, insistindo, sem apresentar provas, que "foi programado pela esquerda". Ele também defendeu Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, afirmando que ele foi "torturado" psicologicamente pelo ministro Moraes para colaborar com as investigações.
Sobre a possibilidade de sua esposa, Michelle Bolsonaro, disputar a Presidência em 2026, Bolsonaro descartou a ideia. "Não vai cair bem esse papo de cavalheiro para mim", disse, rindo. No entanto, confirmou que ela aceitou concorrer ao Senado.
Com o avanço das investigações e o robusto material colhido pela Polícia Federal, Bolsonaro segue apostando na estratégia de vitimização e de ataques às instituições. A expectativa agora recai sobre os próximos passos do STF e da PGR diante das acusações que podem levá-lo a um longo período de reclusão.
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