Proprietários de veículos elétricos distanciam-se da marca por causa das ações políticas do CEO


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Otávio Rosso

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Protesto em fábrica da Tesla na Alemanha (Foto: Reprodução)
Protesto em fábrica da Tesla na Alemanha (Foto: Reprodução)

247 - Pessoas que compraram os carros da Tesla estão se arrependendo da aquisição após as recentes atitudes do bilionário Elon Musk, dono da empresa, que virou uma das principais vozes da extrema-direita mundial. Entre os donos de carros da companhia, estão pessoas que defendem um estilo de vida consciente ambientalmente, já que os veículos da marca são elétricos. No entanto, a guinada política de Musk, que chegou a fazer uma saudação nazista em discurso, surpreendeu. As informações são da Folha de S. Paulo.

É o caso de Tom Blackburn, que se tornou uma das primeiras 100 mil pessoas a comprar um Tesla Model S. Ele colou um adesivo de para-choque para o seu carro que diz: "Comprei isso antes de saber que ele era louco."

Para Carla Harne, de 41 anos, moradora de Maryland, a mudança na percepção sobre a Tesla foi evidente após o aumento da polarização política nos Estados Unidos. As interações de Harne com os outros sobre seu carro eram principalmente positivas —até o ano passado, quando, horas após Trump ser eleito presidente dos Estados Unidos, alguém jogou "provavelmente uma dúzia" de ovos em seu carro enquanto ela voltava do trabalho para casa.

Andrew Loewinger, 71, residente do noroeste de Washington, chegou a vender seu Model S em novembro do ano passado. Ele justificou a venda como uma forma de protesto contra as políticas de Musk e suas ações controversas. "Depois que vendi o carro, recebi uma pesquisa de satisfação do cliente deles, e o que escrevi, o que ainda acredito, é que Musk danificou irreparavelmente a marca, e eu não me associaria a ela novamente, ponto final", afirmou Loewinger.

A crescente desaprovação em relação às atitudes políticas de Musk tem gerado uma divisão entre os proprietários de Tesla. De um lado, existem aqueles que tentam separar a imagem do CEO da da empresa. "Eu realmente gosto do meu Tesla. Não necessariamente concordo com ele, mas vejo as duas coisas como entidades separadas", explicou Jessica Caldwell, analista da Edmunds.com. Esse é o caso de Chris Terrell, de 58 anos, que, apesar de ser um democrata de centro-esquerda, continua a apoiar a Tesla enquanto critica as atitudes de Musk. "A Tesla tem 120 mil funcionários, eles constroem ótimos carros. Musk é um problema, não a Tesla", destacou Terrell, que deixou claro que, se Musk renunciasse à presidência da empresa, o sentimento anti-Tesla desapareceria de imediato.

Por outro lado, há aqueles que não conseguem dissociar a marca do CEO. Luis Garay, proprietário de um Model X e de um Cybertruck, comparou a relação com a Tesla à dinâmica entre um marido e um cunhado: "Só porque você não se dá bem com seu cunhado, não significa que você deva odiar sua esposa. Separe isso", afirmou Garay, defendendo a separação entre a política de Musk e o carro.

Elon Musk, agora uma figura influente no cenário político dos Estados Unidos, se tornou uma das figuras centrais na administração do presidente Donald Trump. Em um momento, ele gastou milhões de dólares em apoio à candidatura de Trump e a outros candidatos republicanos. Com a criação do Departamento de Eficiência Governamental, Musk avançou em sua visão de um governo mais enxuto, promovendo cortes nas agências federais e políticas de diversidade. Tais ações receberam o apoio da base de Trump, mas também geraram intensas críticas e processos legais.

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