Presidente brasileiro acusa EUA de cumplicidade no genocídio promovido por Israel na Palestina e ressalta necessidade de autodeterminação dos povos
Opera Mundi - Rocio Paikoperamundi.uol.com.br
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Reprodução/Itatiaia | Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, critica declarações do homólogo norte-americano Donald Trump sobre ocupar a Faixa de Gaza |
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva repudiou nesta quarta-feira (05/02) as declarações feitas pelo seu homólogo norte-americano Donald Trump, no dia anterior, as quais sugeriram a realização de uma limpeza étnica na Faixa de Gaza.
Em entrevista a rádios mineiras de Itatiaia, Mundo Melhor e BandNews FM BH, o mandatário enfatizou que “quem tem que cuidar de Gaza são os palestinos”, criticando a cumplicidade da Casa Branca no massacre promovido pelo regime sionista no enclave, que resultou na morte de mais de 47 mil pessoas.
“Os EUA participaram e incentivaram tudo que Israel fez na Faixa de Gaza, então não tem sentido o presidente dos EUA se reunir com o primeiro-ministro de Israel e dizer ‘olha, vamos ocupar Gaza, recuperar Gaza e vamos morar em Gaza’. E os palestinos vão para onde? Onde eles vão viver? Qual o país deles? É uma coisa praticamente incompreensível”, criticou Lula.
O chefe de Estado brasileiro mencionou, mais uma vez, que os 16 meses de ataques de Israel aos palestinos, com ajuda militar norte-americana, configuram um genocídio, e reafirmou a necessidade da autonomia e autodeterminação dos povos.
“As pessoas precisam parar de falar aquilo que vem na cabeça e começar a falar aquilo que é razoável para que a gente possa consolidar o processo de respeitabilidade no mundo, o processo democrático, o processo de que cada um governa o seu país. Vamos deixar os outros países em paz. O que aconteceu em Gaza foi um genocídio e eu, sinceramente, não sei se os EUA, que fazem parte de tudo isso, seriam o país para tentar tomar conta de Gaza. Quem tem que cuidar de Gaza são os palestinos”, declarou.
No dia anterior, Trump recebeu o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca, e sugeriu que os EUA deveriam governar a Faixa de Gaza, em uma fala que foi rechaçada pela comunidade internacional, incluindo as Nações Unidas, e países como França, Espanha, Reino Unido, Rússia, China e Arábia Saudita.
“Os EUA vão tomar o controle da Faixa de Gaza. Vamos ser donos e responsáveis por desarmar todas as perigosas bombas não detonadas e outras armas no local”, afirmou o republicano, na terça-feira (04/02).
Já em outra fala, o mandatário norte-americano não deu detalhes, entretanto, afirmou que “[Gaza] não deveria passar por um processo de reconstrução e ocupação pelas mesmas pessoas que realmente ficaram lá e lutaram por isso […] e viveram uma existência miserável lá”, sugerindo que o território palestino não deveria ser governado pelos palestinos.
A postura tomada por Trump foi elogiada por Netanyahu, que o considerou como “o melhor amigo que Israel já teve”.
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