Em outro trecho da delação, Mauro Cid revela que Michelle Bolsonaro "pirou" quando se deu conta de que deixaria o poder e que teria de sair do Alvorada. Quando a ficha caiu, a ex-primeira-dama passou a exercer pressão significativa para que seu marido executasse um golpe de Estado


pragmatismopolitico.com.br
Redação Pragmatismo

3–4 minutos




Michelle Bolsonaro "pirou" quando a ficha caiu e ela percebeu que perderia o poder, revela Cid
 

Em novos trechos da delação premiada de Mauro Cid, o ex-braço direito de Jair Bolsonaro conta que Michelle Bolsonaro entrou em pânico e quase “pirou” ao ver a mudança da família sendo retirada do Palácio da Alvorada no final de dezembro de 2022.


De acordo com o relato, Michelle ficou desesperada ao se dar conta de que deixaria o poder e pediu que fosse tomada alguma medida diante da iminente saída de Jair Bolsonaro do cargo.

A partir deste momento, Michelle exerceu pressão significativa para que seu marido executasse um golpe de Estado. Segundo Cid, Michelle fazia parte de um grupo “mais radical” que instigava Bolsonaro a impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.​

“Quando ela viu a mudança saindo, ela quase pirou, entrou em pânico”, disse Cid, destacando que a ex-primeira-dama pressionava pessoas próximas para que “fizessem alguma coisa”. Questionado pelos investigadores sobre o que Michelle teria dito exatamente, Cid confirmou: “Ela falava pra gente fazer alguma coisa, tinha que fazer alguma coisa”.

Cid ainda relatou a existência de um grupo que resistia à transição democrática. Além de Michelle, Eduardo Bolsonaro, Magno Malta, Onyx Lorenzoni, Gilson Machado e o general Mário Fernandes são apontados como figuras que atuavam para tentar manter Bolsonaro no poder. O general Mário Fernandes era um dos mais ativos na tentativa de convencer militares a aderirem ao golpe.

Além disso, a delação de Cid revelou divergências entre os filhos de Bolsonaro. Enquanto o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) integrava um grupo conservador que defendia aceitar o resultado das eleições e posicionar o pai como líder da oposição, o deputado Eduardo Bolsonaro apoiava a ideia de um golpe de Estado. Michelle Bolsonaro também estava alinhada ao grupo mais radical, segundo o depoimento.

Em outro trecho da delação, Mauro Cid afirmou ter recebido ordens diretas de Jair Bolsonaro para falsificar os cartões de vacina dele e de sua filha, Laura Bolsonaro. O objetivo seria utilizar os documentos falsos para atender a “uma necessidade qualquer”, incluindo viagens internacionais. Cid relatou que entregou os certificados adulterados “em mãos” ao ex-presidente.

As revelações de Mauro Cid acrescentam novos elementos às investigações em curso sobre as ações do ex-presidente e de seus aliados no período pós-eleitoral de 2022, lançando luz sobre as pressões internas e os planos para subverter o processo democrático brasileiro.

Comentário(s)

-Os comentários reproduzidos não refletem necessariamente a linha editorial do blog
-São impublicáveis acusações de carácter criminal, insultos, linguagem grosseira ou difamatória, violações da vida privada, incitações ao ódio ou à violência, ou que preconizem violações dos direitos humanos;
-São intoleráveis comentários racistas, xenófobos, sexistas, obscenos, homofóbicos, assim como comentários de tom extremista, violento ou de qualquer forma ofensivo em questões de etnia, nacionalidade, identidade, religião, filiação política ou partidária, clube, idade, género, preferências sexuais, incapacidade ou doença;
-É inaceitável conteúdo comercial, publicitário (Compre Bicicletas ZZZ), partidário ou propagandístico (Vota Partido XXX!);
-Os comentários não podem incluir moradas, endereços de e-mail ou números de telefone;
-Não são permitidos comentários repetidos, quer estes sejam escritos no mesmo artigo ou em artigos diferentes;
-Os comentários devem visar o tema do artigo em que são submetidos. Os comentários “fora de tópico” não serão publicados;

Postagem Anterior Próxima Postagem

ads

ads