Artigo do jornal britânico defende que obra de Walter Salles, protagonizada por Fernanda Torres, deveria vencer como Melhor Filme neste domingo (02/03)
operamundi.uol.com.br
Redação Opera Mundi
São Paulo
5–7 minutos
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Sony Pictures | Atriz Fernanda Torres protagoniza obra brasileira que concorre em três categorias no Oscar, incluindo a de Melhor Filme |
Em artigo publicado nesta quarta-feira (26/02), o jornal britânico The Guardian afirma que o filme brasileiro Ainda Estou Aqui merece vencer o Oscar de Melhor Filme, a categoria principal do prêmio entregue pela Academia de Cinema de Hollywood, que realizará sua cerimônia anual no próximo domingo (02/03).
O texto assinado pelo jornalista Tom Phillips, correspondente do diário no Rio de Janeiro, argumento que “há muitos motivos pelos quais a obra do diretor Walter Salles deveria ganhar o Oscar de melhor filme: sua linda trilha sonora brasileira, atuações extraordinárias e empáticas e um trabalho de câmera comovente, para citar alguns”.
“Mas certamente um dos mais atraentes é a festa gigantesca que essa vitória produziria no Brasil, terra natal do diretor, onde, por acaso, a noite do Oscar cai bem no meio do carnaval anual do país”, acrescenta o artigo.
Comoção e carnaval
Segundo o The Guardian, “o país sul-americano apoiou o filme como poucas vezes antes, com mais de quatro milhões de pessoas indo aos cinemas para assisti-lo e os críticos chamando-o de um dos melhores filmes brasileiros dos últimos anos”.
“Muitos saíram chocados e com os olhos cheios de lágrimas das exibições do devastador conto de Salles sobre a ditadura, que conta a história de uma jovem família destruída pelos caprichos cruéis de um regime autoritário”, conta Phillips.
Ainda de acordo com o relato do correspondente, “à medida que a cerimônia de premiação se aproxima, as mídias sociais brasileiras estão repletas de mensagens de apoio”.
“Alguns fãs penduraram a bandeira verde e amarela do Brasil em suas salas, como se estivessem se preparando para a final da Copa do Mundo. Outros produziram fantasias de carnaval celebrando Fernanda Torres, a atriz principal do filme de Salles, ou da estatueta dourada do Oscar”, diz o artigo.
Brasil no Oscar
Ainda Estou Aqui, obra do diretor Walter Salles, concorrerá ao Oscar, maior premiação de cinema dos Estados Unidos, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, pela performance de Fernanda Torres como Eunice Paiva, personagem que protagoniza o longa.
Na categoria Melhor Filme, o filme brasileiro disputará a estatueta com outros nove filmes: Anora, O Brutalista, Um Completo Desconhecido, Conclave, Duna: Parte 2, Emilia Pérez, Nickel Boys, A Substância e Wicked.
Na disputa para Melhor Filme Internacional, o Brasil participa ao lado de Emilia Pérez (França), Flow (Letônia), A Garota da Agulha (Dinamarca) e A Semente do Fruto Sagrado (Irã/Alemanha).
A atriz Fernanda Torres concorre o prêmio de Melhor Atriz contra Cynthia Erivo (Wicked), Demi Moore (A Substância), Karla Sofia Gascón (Emilia Pérez) e Mikey Madison (Anora).
Vale lembrar que a artista brasileira venceu o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme de Drama em janeiro passado, justamente por sua atuação em Ainda Estou Aqui.
Além disso, dias atrás, os cães Suri e Ozzy venceram o Fidos Award, premiação britânica conhecida como o “Oscar Canino”, na categoria Melhor Cachorro Histórico, por interpretarem o personagem Pimpão, mascote da família Paiva em Ainda Estou Aqui.
Resgate de Rubens e Eunice Paiva
O artigo também pondera que “essas comemorações estão longe de ser a única razão pela qual Ainda Estou Aqui merece um prêmio. Mais importante ainda é o fato de o filme ter tocado o coração do público, no Brasil e no mundo todo, enquanto o público lida com uma nova era autoritária, liderada por homens fortes e obcecados, não muito diferentes daqueles que governaram o Brasil durante o regime militar vigente no país entre 1964 e 1985”.
“O filme conta a história de Rubens Paiva, um político de 41 anos que foi levado da casa de sua família à beira-mar no verão de 1971 por agentes da ditadura (…) a história do sequestro e do assassinato de Paiva é contada, em sua maior parte, não por meio de cenas horríveis de tortura, mas pela maneira profundamente digna com que sua esposa, Eunice, interpretada com maestria por Torres, reage ao crime”, lembra o jornal.
O artigo conclui dizendo que “o retrato íntimo de Salles das consequências emocionais dessa insanidade calculada tem ecos assustadores nas manchetes de hoje, quando homens venezuelanos são levados para a Baía de Guantánamo para agradar a base de Donald Trump e as tropas de Vladimir Putin destroem a vida de inúmeras famílias na Ucrânia”.
“Ainda Estou Aqui é um filme para os tempos cruéis e inquietantes que mais uma vez varrem o mundo. Se há um filme que merece o Oscar de 2025, é esse”, asserta o The Guardian.
Com informações do The Guardian.
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