O ex-ministro do GSI foi um dos 34 enquadrados por envolvimento na trama golpista que previa manter Jair Bolsonaro na PresidĂȘncia
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O general Augusto Heleno na CPMI do 8 de Janeiro. Foto: Lula Marques/AgĂȘncia Brasil |
A defesa do ex-ministro do GSI Augusto Heleno afirmou ao Supremo Tribunal Federal que a denĂșncia apresentada pelo procurador-geral Paulo Gonet no inquĂ©rito do golpe Ă© um “verdadeiro terraplanismo argumentativo”. A manifestação foi encaminhada Ă Corte nesta quinta-feira 6, data-limite para apresentação da defesa prĂ©via no caso.
Heleno foi um dos 34 enquadrados pela PGR por envolvimento na trama golpista que previa manter Jair Bolsonaro na PresidĂȘncia apĂłs as eleiçÔes presidenciais de 2022. No documento, o advogado Matheus Mayer Milanez afirmou que a situação processual do seu cliente seria “muito similar” Ă de Lula ao defender que o caso tramite na primeira instĂąncia.
“Em situação processual muito similar, o atual presidente da RepĂșblica foi, no passado, denunciado e julgado em primeira instĂąncia pela Justiça Federal de Curitiba por fatos ocorridos durante seu mandato e em razĂŁo do mandato, mas, por nĂŁo ser mais presidente, foi julgado e processado em primeiro grau”, escreveu o defensor.
Cinco anos depois do inĂcio do processo, o Supremo anulou as condenaçÔes de Lula por considerar a Vara sob comando do entĂŁo juiz Sergio Moro incompetente para julgar o caso. “Estamos a incidir no mesmo erro em que incidimos no passado com relação Ă Operação Lava Jato e Ă ‘super competĂȘncia’ da 13ÂȘ Vara Federal de Curitiba”, emendou a defesa de Heleno.
A manifestação do advogado ainda pede o impedimento de Alexandre de Moraes, relator do processo, sob alegação de parcialidade. O argumento, utilizado à exaustão pelas defesas de outros denunciados, diz respeito à menção ao plano para assassinar o magistrado após a derrota de Bolsonaro nas eleiçÔes.
O documento enviado ao STF ainda diz que nĂŁo hĂĄ provas da participação de Heleno no plano golpista. O ex-ministro do GSI foi incluĂdo pela PGR no chamado “nĂșcleo crucial” da suposta organização criminosa, que seria formado por “integrantes do alto escalĂŁo do governo federal e das Forças Armadas“.
Na denĂșncia, Gonet aponta como prova uma agenda encontrada pela PolĂcia Federal na casa do general, onde havia “diretrizes” sobre como “disseminar ataques ao sistema eleitoral”. No material, com uma logo de um banco pĂșblico, Heleno alertava para a necessidade de “estabelecer um discurso sobre urnas eletrĂŽnicas e votaçÔes”.
“NĂŁo demonstra, o ĂłrgĂŁo acusador [PGR], nenhuma atuação ou mesmo comparecimento do denunciado em qualquer reuniĂŁo com comandantes de força, nenhuma mensagem do aplicativo Whatsapp falando sobre o tema (vale relembrar que seu celular pessoal foi apreendido e NADA FOI APONTADO), (…) nem mesmo das palavras do delator (principal fonte de prova da investigação) sobre sua participação ou atuação nessa alegada empreitada criminosa, nada se extrai exceto que o denunciado se preocupava com a saĂșde fĂsica e psicolĂłgica do entĂŁo presidente”, escreveu a defesa.
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