Reunião de governadores ocorre no mesmo dia em que ministros de Lula desembarcam no Rio para um encontro de emergência com Cláudio Castro; balanço de mortos em ação policial passa de 100
Vinícius Nunes
cartacapital.com.br
3–4 minutos
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De um lado, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, se reúnem nesta quarta-feira 29 com Castro para discutir os desdobramentos da Operação Contenção, que mirou o Comando Vermelho. O encontro foi convocado após troca de acusações entre o governo fluminense e o Palácio do Planalto sobre a ausência de coordenação e de pedido formal de apoio federal à ação.
Integram o “gabinete paralelo” os governadores Cláudio Castro, Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Jorginho Mello (PL-SC). A primeira reunião do grupo foi realizada na manhã desta quarta, por videoconferência. No encontro, os políticos discutiram estratégias conjuntas na área de segurança pública e passaram a avaliar uma resposta política ao governo federal. Também foram convidados Eduardo Leite (PSD-RS), Mauro Mendes (União Brasil-MT) e Ratinho Júnior (PSD-PR).
O grupo defende maior autonomia dos estados e uma política mais repressiva contra o crime organizado. Caiado afirmou que colocou tropas goianas à disposição do Rio e criticou Lula por não autorizar o envio de forças federais. Já Zema declarou que o País precisa classificar facções criminosas como grupos terroristas, posição que contrasta com a do ministro Lewandowski, que entende não haver base legal para tal enquadramento.
Mortos
A tensão aumentou nas últimas horas com a revelação de que o número de mortos na operação pode ultrapassar 120, segundo relatos de moradores dos complexos da Penha e do Alemão. Durante a madrugada e a manhã desta quarta-feira, dezenas de corpos foram retirados de áreas de mata por moradores e reunidos em ruas e praças da região, como a Praça São Lucas, na Penha. As vítimas, não contabilizadas oficialmente, foram levadas por familiares e vizinhos.O governo do Rio havia informado na terça-feira que 64 pessoas haviam morrido, incluindo quatro policiais, mas o número pode ser bem maior. Em entrevista à TV Globo, o secretário estadual de Polícia Militar, Marcelo de Menezes Nogueira, admitiu que os corpos recolhidos por moradores “a princípio” não foram incluídos no balanço oficial.


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