Ministério das Relações Exteriores da Rússia reiterou apoio aos esforços do governo Maduro 'para proteger sua soberania e manter o desenvolvimento estável e seguro do país'

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, denunciou nesta quinta-feira (25/12) que as ações promovidas pelos Estados Unidos no Caribe constituem um “caos jurídico” e contrariam o direito internacional, ao intensificar a presença militar norte-americana em torno da Venezuela e implementar um bloqueio naval de fato.

Reafirmamos nosso apoio aos esforços do Governo de Nicolás Maduro para proteger sua soberania e seus interesses nacionais e para manter o desenvolvimento estável e seguro do país”, declarou a diplomata, em nome da Federação Russa.

Zakharova destacou que a ação dos Estados Unidos viola os princípios da Carta da ONU e da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar de 1982, afetando a liberdade de navegação e a soberania do país sul-americano.

“Estamos testemunhando o ressurgimento da pirataria, dos ataques e da apropriação de bens estrangeiros em águas internacionais”, afirmou Zakharova, descrevendo a situação como uma ameaça direta à ordem jurídica global. Moscou, observou ela, mantém uma posição favorável à distensão, à diplomacia e à estabilidade regional; e alerta que uma escalada militar poderá afetar toda a América Latina.

A porta-voz afirmou que o governo russo espera que Donald Trump opte por uma solução legal antes de agravar o conflito. “É importante evitar um cenário destrutivo. Confiamos que o pragmatismo do presidente norte-americano permitirá que soluções sejam encontradas dentro da estrutura do direito internacional”, afirmou.

‘América Latina deve ser uma zona de paz’, afirma Moscou
Reprodução / Brics.ru

Conselho de Segurança

As declarações de Moscou surgem após a sessão do Conselho de Segurança da ONU, realizada na última terça-feira (23/12), para discutir o aumento da presença militar dos Estados Unidos no Caribe.



Zakharova observou que “a esmagadora maioria dos países condenou a natureza unilateral das restrições, que violam gravemente o direito internacional, os princípios e as normas vigentes, nomeadamente a igualdade soberana dos Estados, a não interferência nos assuntos internos, a liberdade de navegação e os direitos econômicos”.

“A América Latina e o Caribe devem permanecer uma zona de paz, conforme proclamado em 2014. Um ataque à Venezuela seria um ataque à estabilidade regional”, reiterou ao alertar para os efeitos geopolíticos que tal intervenção teria em todo o continente.

Atualmente, Washington mantém um grupo de ataque naval destacado, liderado pelo porta-aviões USS Gerald R. Ford, acompanhado por um submarino nuclear e mais de 16.000 militares. Desde setembro, as forças americanas afundaram embarcações civis, causando dezenas de mortes, além de manter o fechamento do espaço aéreo venezuelano e o bloqueio de petroleiros venezuelanos.

Moscou advertiu que uma ofensiva direta sob o pretexto de “combater o narcotráfico” constituiria uma grave violação do direito internacional, com risco de desestabilização continental. A Rússia insiste que a única solução viável é o diálogo sob supervisão internacional, instando Washington a retirar suas forças do Caribe, cessar a intimidação militar e retornar ao quadro diplomático como ferramenta para a resolução de disputas.

Moscou enfatizou, ainda, que a região está em um momento crítico: “cruzar a linha vermelha teria um impacto imediato em toda a América Latina e no Caribe”.

Publicado originalmente por: Opera Mundi


Comentário(s)

-Os comentários reproduzidos não refletem necessariamente a linha editorial do blog
-São impublicáveis acusações de carácter criminal, insultos, linguagem grosseira ou difamatória, violações da vida privada, incitações ao ódio ou à violência, ou que preconizem violações dos direitos humanos;
-São intoleráveis comentários racistas, xenófobos, sexistas, obscenos, homofóbicos, assim como comentários de tom extremista, violento ou de qualquer forma ofensivo em questões de etnia, nacionalidade, identidade, religião, filiação política ou partidária, clube, idade, género, preferências sexuais, incapacidade ou doença;
-É inaceitável conteúdo comercial, publicitário (Compre Bicicletas ZZZ), partidário ou propagandístico (Vota Partido XXX!);
-Os comentários não podem incluir moradas, endereços de e-mail ou números de telefone;
-Não são permitidos comentários repetidos, quer estes sejam escritos no mesmo artigo ou em artigos diferentes;
-Os comentários devem visar o tema do artigo em que são submetidos. Os comentários “fora de tópico” não serão publicados;

Postagem Anterior Próxima Postagem

ads

ads