Ao lado do premiê israelense, presidente dos EUA voltou a defender ataques contra Teerã e desarmamento do Hamas para segunda fase do cessar-fogo em Gaza

Em sua residência na Flórida nesta segunda-feira (29/12), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a fazer declarações contundentes ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, durante o quinto encontro entre os dois desde o retorno de Trump à Casa Branca, há quase um ano. Em meio a elogios mútuos, Trump sugeriu que Netanyahu pode receber um perdão presidencial em seu julgamento por corrupção e ameaçou novos ataques contra o Irã.

Ao comentar o processo judicial que Netanyahu enfrenta em Israel, Trump afirmou que conversou com o presidente israelense, Isaac Herzog, e disse acreditar que um perdão estaria “a caminho”. A fala provocou reação imediata: o gabinete de Herzog negou que qualquer decisão tenha sido tomada e afirmou que o tema ainda está em avaliação, sem prazo definido.

Benjamin Netanyahu classificou sua reunião com o republicano como “muito produtiva”. “Nunca tivemos um amigo como o presidente Trump na Casa Branca”, declarou.

“Ele pode ser muito difícil”, mas Israel “talvez nem existisse” sem a liderança demonstrada por Netanyahu após os ataques sem do Hamas em 7 de outubro de 2023, elogiou Trump.

O presidente dos EUA Donald Trump recebe o primeiro-ministro israelense Netanyahu em Mar-a-Lago para uma reunião bilateral
Reprodução/@POTUS

Trump endurece discurso contra o Irã

O presidente afirmou que os Estados Unidos poderiam lançar novos ataques caso Teerã tente reconstruir seu programa nuclear ou ampliar sua capacidade de mísseis de longo alcance. Segundo Trump, se houver confirmação de novas atividades, “as consequências serão muito poderosas, talvez ainda mais fortes do que na última vez”. A advertência de Trump a Teerã, inimigo declarado de Israel, acontece seis meses após os ataques norte-americanos contra seu programa nuclear.


O Irã, por sua vez, insiste que não está enriquecendo urânio e afirma manter abertura para negociações diplomáticas. Um assessor próximo ao líder supremo iraniano reagiu imediatamente, declarando que “qualquer agressão” contra seu país seria “imediatamente seguida de uma resposta muito severa”. “A capacidade balística e de defesa do Irã não pode ser contida” e não requer “nenhuma autorização”, escreveu Ali Shamkhani na rede X.

Genocídio na Faixa de Gaza

O tema também esteve ligado às discussões sobre Gaza. Trump disse querer avançar rapidamente para a segunda fase do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, mas voltou a defender o desarmamento do grupo palestino como condição central. O acordo, mediado pelos Estados Unidos, enfrenta dificuldades e divergências entre Israel, países árabes e a própria administração norte-americana.

Washington quer acelerar a implementação do frágil plano de cessar-fogo, em vigor desde outubro na Faixa de Gaza entre Israel e Hamas, que se acusam mutuamente de violações frequentes.

Trump receberá o Prêmio Israel

No campo simbólico, o governo israelense anunciou que Trump receberá o Prêmio Israel, tradicionalmente concedido a cidadãos israelenses por contribuições nas áreas de artes e ciências.

O ministro da Educação de Israel, Yoav Kisch, destacou o caráter inédito da decisão e afirmou que esta será a primeira vez que a honraria será entregue a um chefe de Estado estrangeiro, em reconhecimento ao que chamou de “contribuição excepcional ao povo judeu”.

Analistas apontam que, apesar do tom de alinhamento total exibido publicamente, persistem divergências entre Trump e Netanyahu sobre temas sensíveis, como o futuro da Cisjordânia, o papel da Turquia no pós-guerra em Gaza e a situação na Síria. Ainda assim, para Netanyahu, a imagem de apoio explícito do presidente norte-americano pode ter peso político interno, especialmente diante das pressões judiciais e eleitorais que enfrenta em Israel.

 Publicado originalmente por: Opera Mundi


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