O general líbio Abdel Fatah Younes, antigo dirigente do regime do coronel Muammar Khadafi que se juntou aos rebeldes para assumir o comando militar da oposição armada, foi morto, anunciou o líder do Conselho Nacional de Transição (CNT), Moustafa Abdull Jalil.
Abdel Fatah Younes
Abdel Fatah Younes (Esam al-Fetori/Reuters)
As circuntâncias da morte de Abdel Fattah Younes ainda não foram esclarecidas, mas Abdul Jalil adiantou que o general foi morto por atacantes pró-Khadafi. Em declarações à estação de televisão Al-Jazira, disse que Younes foi assassinado por um grupo de homens armados depois de ter sido convocado para um interrogatório em Bengasi, o bastião dos rebeldes.


Abdul Jalil adiantou ainda, citado pela AFP, que o líder do grupo que levou a cabo o ataque foi detido e que foram anunciados três dias de luto. “Recebemos a notícia de que Younes e dois dos seus guarda-costas foram alvejados depois de o general ter sido convocado para comparecer perante um comité judicial destinado a investigar questões militares”, adiantou Abdul-Jalil. O líder do CNT disse ainda que Younes não chegou a estar presente nesse encontro.

Em conferência de imprensa, Abdul Jalil adiantou que, juntamente com Younes, foram mortos outros dois coronéis dos rebeldes. Os corpos terão sido levados pelo grupo de atacantes. Após a conferência ouviram-se três fortes explosões no centro da capital líbia, Trípoli, adiantou a Al-Jazira.

Horas antes do anúncio da morte foi noticiado que antigo dirigente do regime líbio teria sido destituído de funções e, segundo a televisão Al-Jazira, estaria detido num aquartelamento militar em Bengasi.

Uma fonte do Conselho Nacional de Transição (CNT), a administração paralela sediada em Bengasi, adiantou à Reuters que Younes foi mandado regressar da frente em Brega, no Leste, onde a oposição enfrenta há vários dias as forças leais a Muammar Khadafi, e estaria a ser interrogado.

A mesma agência referiu que circularam na cidade rumores de que Younes estaria envolvido em conversações secretas com o regime. Já a televisão árabe deu conta de informações, também não confirmadas, de que o general foi detido por suspeita de passar armas às forças lealistas.

Um dos colaboradores mais próximos de Khadafi durante as últimas décadas, o general Younes juntou-se à rebelião em Fevereiro, depois de os primeiros protestos terem sido violentamente reprimidos pelo regime. “Quando ele se juntou à oposição foi um grande golpe [para Khadafi] mas muitas pessoas continuam a ter dúvidas sobre as suas lealdades”, explicou o jornalista Tony Birtley, correspondente da Al-Jazira em Bengasi.

Younes participou no golpe de Estado que fez Khadafi chegar ao poder, em 1969, foi ministro do Interior e considerado o “número dois” do regime do coronel que governa a Líbia há mais de 40 anos. A sua morte ocorreu no dia em que Portugal reconheceu o CNT como representante legítimo do regime líbio, depois de 13 países da União Europeia, 21 da União Africana e outros 13 Estados, incluindo Canadá, Turquia e Estados Unidos, o terem feito.

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