Obama, entre o corte nos impostos, exigido pelos republicanos, e o aumento de gastos sociais que foi sua bandeira eleitoral |
Tanto Obama quanto os republicanos menos hostis a ele estão sob “fogo amigo”. De um lado, boa parte dos democratas torce o nariz para cortes nos gastos sociais; de outro, parte dosrepublicanos acha que é hora de fazer Obama recuar dos impostos adotados desde o início de seu governo para realiza-los.
Amos os lados jogam de olho nas eleições do ano que vem. Mas neste tabuleiro se joga também o impensável na economia mundial: o núcleo referencial do dinheiro – o Tesouro dos EUA – entrar em estado crítico, pré-explosivo.
Hoje, a nova diretora-geral do FMI, a francesa Christine Lagarde, entrou no círculo de pressões políticas por um acordo orçamentário nos EUA, em entrevista a uma emissorade TV americana, dizendo que um calote americano teria “consequências bastante devastadoras para a economia global” e que ela “não conseguia pensar nem por um segundo” no que resultaria disso.
Lagarde entrou no mesmo diapasão do discurso de Obama, depois que John Boehner, o republicano que preside a Câmara dos Representantes, rejeitouabandonou provisoriamente as negociações com a Casa Branca. Num caso raro de manifestação sobre as decisões do legislativo americano, disse esperar que ” exista inteligência e compreensão suficiente nos dois partidos sobre o desafio que é colocado em frente não só dos Estados Unidos, mas de todo o mundo”.
Não é nada que comova a opinião pública americana, pouco afeita a dar importância ao que o resto do mundo pensa do que eles fazem.
Ainda resta uma pequena margem de manobra nessa caminhada à beira do precipício econômico e nesta estreita margem vai continuar a se dançar o balé – às vezes nada sutil – do processo eleitoral americano e este é um embate entre a necessidade de programas sociais num país cada vez mais vitimado pelo desemprego que se torna crônico e o empobrecimento de setores cada vez mais largos da população e um país onde o corte de impostos está na ideologia dominantes quase como um retrato do paraíso.
O dos ricos, claro.
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