do CONTEXTO LIVRE

Depois de quase duas semanas de criminoso linchamento midiático, agora é oficial. Orlando Silva não é mais ministro do Esporte. “Eu pedi afastamento para defender a minha honra e o próprio governo... Em poucos dias, poucas semanas, a verdade aparecerá. Estou indignado”, afirmou o ex-ministro. O clima no Palácio de Planalto é de desolamento diante do desastroso desfecho do caso.
Já nos portais dos impérios midiáticos o clima é de euforia. A chamada grande imprensa se considera a principal vitoriosa em mais esta batalha da luta de classes. Ele se acha dona do país, capaz de pautar a política e derrubar ministros. A decadente oposição demotucana, composta por muitos políticos mais sujos do que pau de galinheiro, também comemora a vitória da “ética”. Puro cinismo!
A mídia não recua na sua artilharia
A mídia murdochiana tem, de fato, motivos para festejar. Mais uma vez ela conseguiu pautar o governo Dilma. O primeiro tiro foi dado pela revista Veja, há duas semanas, quando abriu espaço privilegiado a um policial bandido, acusado e preso por corrupção, para difamar o ex-ministro, sem qualquer prova. Logo na sequência, o Fantástico, da TV Globo, amplificou a campanha de calúnias.
Seguindo os padrões de manipulação da mídia, tão bem descrito no obrigatório livro de Perseu Abramo, os jornalões e telejornais mantiveram a queimação por quase dez dias. Até por questão de honra – honra mafiosa – era evidente que a mídia não recuaria na sua artilharia pesada. O ministro demonstrou altivez e coragem para resistir aos ataques criminosos nestes dias infernais.
"Dilma a reboque da mídia"
O desfecho do episódio dá razão ao colunista da Folha, Fernando Rodrigues, que se jactou do poder da imprensa para derrubar ministros. Para ele, a presidenta só demorou na decisão porque “não quer consolidar a imagem que existe – e é verdadeira – de que ela foi sempre a reboque da mídia nas demissões de todos os seus ministros”. Haja arrogância! O triste é que a cedência é verdadeira!
Diante da demissão de Orlando Silva, fica a pergunta: quem será o próximo ou a próxima a cair no governo Dilma? Em apenas dez meses de gestão, seis ministros já foram defenestrados – um recorde desde a redemocratização do país, em 1985. Na prática, a mídia demotucana pauta o governo. Ela “investiga”, julga, condena e fuzila... e o Palácio do Planalto cede!
Lista macabra dos jagunços midiáticos
Lembrando as macabras listas de assassinatos no campo, os jagunços midiáticos já anunciam as futuras vítimas. O UOL já fez uma ficha dos “ministros sob suspeita” – que inclui, até, o pragmático ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. O Estadão afirma que o próximo alvo é o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. E alguns portais miram no ministro da Educação, Fernando Haddad, pré-candidato do PT em São Paulo.
De ministro em ministro, a mídia demotucana visa sangrar é a própria Dilma Rousseff. Mas, sabe-se lá por que razão - talvez algum marqueteiro preocupado com a chamada "classe média" ou algum pragmático que prega moderação -, a presidenta mantém-se impávida. Até convida FHC para jantar no Palácio do Planalto. Quando chegar a sua vez, talvez seja tarde para resistir!
No Blog do Miro

Postar um comentário
-Os comentários reproduzidos não refletem necessariamente a linha editorial do blog
-São impublicáveis acusações de carácter criminal, insultos, linguagem grosseira ou difamatória, violações da vida privada, incitações ao ódio ou à violência, ou que preconizem violações dos direitos humanos;
-São intoleráveis comentários racistas, xenófobos, sexistas, obscenos, homofóbicos, assim como comentários de tom extremista, violento ou de qualquer forma ofensivo em questões de etnia, nacionalidade, identidade, religião, filiação política ou partidária, clube, idade, género, preferências sexuais, incapacidade ou doença;
-É inaceitável conteúdo comercial, publicitário (Compre Bicicletas ZZZ), partidário ou propagandístico (Vota Partido XXX!);
-Os comentários não podem incluir moradas, endereços de e-mail ou números de telefone;
-Não são permitidos comentários repetidos, quer estes sejam escritos no mesmo artigo ou em artigos diferentes;
-Os comentários devem visar o tema do artigo em que são submetidos. Os comentários “fora de tópico” não serão publicados;