Brasil 247
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A POSSIBILIDADE DE O PALHAÇO E DEPUTADO FEDERAL PELO PR SE CANDIDATAR À PREFEITURA DA MAIOR CAPITAL DO PAÍS SOA COMO PIADA NUM PRIMEIRO MOMENTO, MAS A EXPRESSIVA VOTAÇÃO QUE O LEVOU À CÂMARA EM 2010 LEVANTA A QUESTÃO: QUAL SERIA O EFEITO TIRIRICA NESTA ELEIÇÃO MUNICIPAL?

Diego Iraheta _247 - Senhoras e senhores, o espetáculo vai começar. Sobem ao picadeiro José Serra (PSDB), Gabriel Chalita (PMDB), Fernando Haddad (PT) e... Florentina, Florentina, Florentina de... Jesus!!! É isso mesmo?! Não ela, mas seu criador, o ator e humorista – e deputado federal – Tiririca. Filiado ao PR, ele foi o mais votado do País em 2010. Cerca de 1,35 milhão de pessoas escolheram Francisco Everardo Oliveira da Silva como seu representante em Brasília.

Depois da primeira grande batalha nas urnas, Tiririca prepara-se agora para disputar a Prefeitura de São Paulo. “A informação chegou a ele por meio do partido, ligaram para ele com essa proposta. Tiririca ficou muito feliz”, confirmou ao 247 uma assessora do parlamentar. O humorista ainda não bateu martelo, disse que está avaliando o cenário político atual. Mas não tem receio, assim como não tinha na primeira eleição em que testou (e comprovou) sua popularidade.

O PR cogita lançar Tiririca para fugir de uma saia justa na corrida eleitoral de São Paulo. É que o partido é aliado do PT em nível federal. Contudo, na capital paulista, o vínculo é mais forte com o tucanato. Tal impasse gerou um insight ao PR: por que não lançar candidatura própria?

Diante do sucesso da campanha de Tiririca à Câmara dos Deputados, a possibilidade de o palhaço se candidatar à Prefeitura de São Paulo já nem parece mais tão absurda, pelo menos no espectro político. Tiririca deve, no pior dos cenários, chamar atenção para os outros candidatos do PR no Estado. E de quem tiraria mais votos? Fernando Haddad, Gabriel Chalita ou José Serra?

Bem, o prognóstico de petistas é que, com Serra na parada, a campanha em São Paulo será tomada por baixarias. Com Tiririca, pelo menos, a tônica é a palhaçada! Um pouco de graça pode fazer bem se o clima ficar muito tenso entre petistas e tucanos.

A competitividade do candidato Tiririca também não pode ser encarada como piada. Se ele teve mais votos que Gabriel Chalita em 2010, por que não teria agora maior aprovação até que o ilustre desconhecido dos paulistanos Fernando Haddad?

“O deputado não acha que tem uma curta experiência política para se lançar a prefeito da maior cidade do País?”, questiona o 247. De pronto, fonte ligada a Tiririca responde: “Olhando por esse lado, o Haddad não é político. Ele nunca teve cargo eletivo.” Faz sentido.

E, reconheça-se, Tiririca tem cumprido bem seu papel na capital federal. Assíduo, participou das 113 sessões da Câmara dos Deputados do início da legislatura, em fevereiro de 2011, até esta terça-feira, 28 de fevereiro. Nas comissões das quais faz parte, compareceu a 87% das reuniões. Engajou-se em temas de educação e cultura, propondo a criação do Cultura Viva(programa de cultura e cidadania) e do Bolsa-Alfabetização (educação de adultos analfabetos). Essas propostas, no entanto, ainda não andaram – haja vista o ritmo lento dos processos na Casa.

Mas digno mesmo de sublinhar é o engajamento do parlamentar com a causa do circo. Tiririca utilizou uma significativa parte de seu expediente em Brasília para investigar a situação da atividade circense no País. Buscou informações com o possível futuro rival Fernando Haddad, enquanto ministro da Educação, e a ministra da Cultura, Ana de Hollanda. Queria saber dados oficiais sobre a vida dos palhaços, mágicos, malabaristas. Fez requerimentos de audiência pública para debater a concessão de alvarás para instalar circos pelo País.

O mote da vitoriosa campanha de Lula, em 2002, foi o Fome Zero e a garantia de alimentação às pessoas que viviam abaixo da linha da pobreza no Brasil. Depois que Lula assegurou o pão, quer agora Tiririca dar circo ao povo.

Se pior que está não pode ficar, pelo menos a gente ri.

Ou chora.

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