Alemães vencem por 7 a 1, voltam a uma decisão de Copa após 24 anos e impõem à seleção brasileira a sua maior derrota na história dos Mundiais, num trauma capaz de superar o Maracanaço de 1950.
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O sonho do hexacampeonato terminou nesta terça-feira (08/07). E de forma trágica. Se o medo era de uma repetição de 1950, o Mineirão viu nascer, na impiedosa e merecida goleada da Alemanha, um trauma talvez ainda maior. O placar de 7 a 1 foi para o Brasil a sua maior derrota em Copas, em jogos oficiais e provavelmente a mais dolorosa.
Não houve nesta Copa "Maracanaço". Difícil também falar em "Mineiraço" – os alemães sequer deram chances aos brasileiros de sonhar com uma vitória. Foram cinco gols já nos primeiros 29 minutos de jogo. Outros três selaram a goleada no segundo tempo, que teve um gol de honra de Oscar.

Felipão lamenta um dos gols alemães
O "silêncio ensurdecedor" do Maracanã de 1950 deu lugar nesta terça-feira a vaias, coros hostis a jogadores e à presidente Dilma Rousseff e até a gritos de "olé" de parte dos quase 60 mil presentes no Mineirão de 2014. De casa, Neymar viu seus colegas aos prantos em campo. E torcedores deixando as arquibancadas bem antes do apito final.
Aos alemães, ficou a glória de uma vitória construída de forma impecável, maior do que provavelmente todos eles pensavam. A Alemanha está de volta a uma decisão de Copa após 24 anos, quando, também no dia 8 de julho, venceu a Argentina e se tornou tricampeã mundial. E seus adversários para o duelo do próximo domingo podem ser novamente os argentinos, que enfrentam os holandeses na outra semifinal.
O jogo
Os primeiros dez minutos de jogo não davam pistas do massacre que os seguiria. O Brasil tinha maior posse de bola (quase 60%) e chegava a assustar Manuel Neuer, como num chute de Marcelo e num cruzamento de Hulk.

Torcida chegou a gritar "olé" no Mineirão
Mas não demorou até que as fraquezas do time de Luiz Felipe Scolari ficassem expostas e passassem a ser exploradas pelos alemães. O buraco na defesa brasileira que, aos 11 minutos, permitiu o gol de Thomas Müller após cobrança de escanteio, abriu a porteira para a maior goleada já sofrida pelo Brasil numa Copa.
Abatida e refém de suas próprias limitações, a seleção brasileira viu, entre os 23 e os 29 minutos, suas redes serem balançadas quatro vezes. Miroslav Klose foi o primeiro, num chute após rebote de Júlio César que o fez se isolar de Ronaldo e assumir o posto de maior artilheiro de todas as Copas.
A humilhação continuou com Toni Kroos, que marcou aos 24, num chute de fora da área, e aos 26, completando troca de passes em ritmo de treino dentro da área brasileira. Torcedores já choravam nas arquibancadas – alguns poucos deixavam o estádio – quando Sami Khedira tabelou com Mesut Özil e completou livre para fazer 5 a 0.
A Alemanha foi para os vestiários com a classificação garantida, e o Brasil com o desafio de tornar menor a vergonha no Mineirão. Com Ramires e Paulinho nos lugares de Hulk e Fernandinho, a Seleção iniciou o segundo tempo um pouco mais equilibrada, ainda que mais pela falta de iniciativa dos alemães, visivelmente se poupando em campo.

Klose fez mais um gol e se tornou, isolado, o maior artilheiro da história das Copas do Mundo
Se existia alguma possibilidade de reduzir a diferença no placar, ela parou nas mãos de Neuer e nos pés de Fred, inoperante e hostilizado pela torcida, mas mantido em campo por Felipão até os 24 do segundo tempo, quando André Schürrle fez o sexto gol alemão.
Foi de Schürrle também o sétimo gol alemão, num chute forte, com pouco ângulo, indefensável para Júlio César. Oscar ainda diminui o placar nos minutos finais. Mas nada que ajudasse a diminuir a vergonha da maior e mais dolorosa derrota já sofrida por um anfitrião na história das Copas.
Ficha técnica

Brasil 1 x 7 Alemanha

Local: Estádio Mineirão, Belo Horizonte

Arbitragem: Marco Rodríguez (México) auxiliado por seus compatriotas Marvin Torrentera Marcos Quintero.

Gols: Thomas Müller (10'/1T), Miroslav Klose (22'/1T), Toni Kroos (23'/1T e 25'/1T), Sami Khedira (28'/1T), André Schürrle (28'/2T e 33'/2T) e Oscar (45'/2T)

Cartões amarelos: Dante (8'/2T)

Brasil: Júlio César; Maicon, David Luiz, Dante, Marcelo; Luiz Gustavo, Fernandinho (Paulinho 1'/2T), Hulk (Ramires 1'/2T), Oscar, Bernard; Fred (Willian 28'/2T). Técnico: Luiz Felipe Scolari.

Alemanha: Manuel Neuer; Philipp Lahm, Jérôme Boateng, Mats Hummels (Per Mertesacker 1'/2T), Benedikt Höwedes; Sami Khedira (Julian Draxler 30'/2T), Bastian Schweinsteiger, Thomas Müller, Toni Kroos, Mesut Özil; Miroslav Klose (André Schürrle 12'/2T) . Técnico: Joachim Löw.

DW.DE



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