Copa do Mundo do Brasil é a melhor dos últimos tempos. E o país-sede e os brasileiros tem parcela significativa de crédito pelo sucesso do Mundial. A atual edição do evento teria se notabilizado, inclusive, como “uma Copa do Mundo onde não há medo”. Esta foi a avaliação feita pelo Financial Times em coluna publicada neste domingo no jornal inglês.

O texto entitulado de “Por que o Brasil já ganhou”, assinado por Simon Kuper, tece elogios ao Brasil e ao povo, a ponto do jornalista parafrasear declaração do treinador nigeriado Stephen Keshi após a eliminação da equipe, dizendo que "até agora foi tudo maravilhoso", e que, por isso, teria-se a tarefa de "determinar exatamente por que, para que possamos engarrafar o sentimento brasileiro e reutilizá-lo na Rússia em 2018 e no Qatar em 2022".

Kuper, que acompanhou sete copas do mundo, diz que um dos elementos para o sucesso do Mundial, além do futebol ofensivo apresentado pelas seleções, é o Brasil. O sol quente e as praias seriam fatores determinantes para o êxito da competição - "quando você passa sua primeira tarde de folga em 20 dias caminhando por Copacabana, percebe que uma praia de primeira linha deveria ser elemento compulsório em todas as futuras Copas do Mundo, da mesma forma que estádios de primeira linha", afirma ele.

Logo em seguida, volta os comentários elogiosos aos brasileiros, chamando-os de "elemento de que qualquer futura Copa não deveria prescindir". O Brasil, na visão do jornalista, é "um país onde quase todo mundo é agradável", cujo povo estaria submetendo-o por "um curso de um mês sobre como administrar a raiva".

"(...) convivendo com os brasileiros você aprende a aceitar graciosamente as dificuldades. O táxi que você pediu para levá-lo correndo ao aeroporto não veio? Agora você está preso em um congestionamento? Acomode-se e relaxe", escreveu Kuper.

Ele, que afirma ter recebido como recomendação da esposa o conselho "não seja morto" ao vir para a cobertura da Copa, elogiou a falta de medo sentida nesta edição do Mundial.

"Outro prazer: esta é uma Copa do Mundo onde não há medo. Os primeiros torneios a que assisti aconteceram sob um medo obsessivo de torcedores arruaceiros. (...) As Copas do Mundo posteriores ao 11 de setembro viveram à sombra de um medo excessivo de terroristas. A Copa do Mundo de 2010 foi maculada pelo medo excessivo quanto ao crime na África do Sul", diz o texto, acrescentando:

"(...) O índice de homicídios é alto no Brasil, ainda que a coisa mais arriscada que você pode fazer no país provavelmente seja dirigir. Mas as coisas parecem mais seguras nas áreas turísticas, que vivem repletas de policiais. De noite, São Paulo e o Rio estão repletas de pessoas, enquanto Joanesburgo praticamente fecha. Não sei se isso acontece porque o Rio e São Paulo são mais seguras, mas de qualquer jeito é agradável". A tradução da matéria foi publicado no Globo


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