Depois do carnaval diante da mordida de Suarez, observadores silenciam diante da agressão criminosa contra Neymar
O aspecto mais chocante da contusão que deixará Neymar fora da Copa é a falta de indignação.

A joelhada de Zuñiga aos 41 minutos do segundo tempo foi um ato desleal e deliberado. Atacando sua vítima por trás, Zuñiga empurrou a cabeça de Neymar com a mão direita, para que o tronco ficasse encurvado e a espinha dorsal, mais exposta.

Se Neymar tivesse sido atingido algumas vértebras acima, o dano seria muito grave e é bom nem pensar nas consequências para o futuro do jogador. Mesmo assim, uma vértebra foi fraturada – o que dá uma ideia da violência que atingiu Neymar.

Zuñiga não foi expulso. Nem recebeu cartão amarelo.

A agressão, brutal, foi tratada como uma agressão normal de jogo, embora tivesse produzido uma lesão muito mais grave do que a mordida do uruguaio Luis Suárez no ombro do italiano Chiellini.

Olha só: embora tenha sido um ato de uma pessoa psicologicamente perturbada, o que é sempre um atenuante num caso como este, a mordida de Suárez lhe valeu a suspensão por nove partidas da FIFA. Até Chiellini achou um exagero.

A reação diante da violência contra Neymar, o maior jogador brasileiro, a estrela número 2 da Copa depois do argentino Messi, foi a passividade. Essa é a mensagem.

É curioso imaginar por que não se fez um escândalo, nem no momento da agressão nem depois. Ficou tudo na normalidade.

O juiz Carlos Velazco Carballo será punido? E Zuñiga? Nada. A maior crítica que li nos jornais, hoje, foi um comentário dizendo que sua entrada foi “maldosa.” Fraco, hein?

Será que a Comissão de Arbritragem da FIFA irá se manifestar contra Carballo? Quem está pedindo? Quem exige?

Dá para entender o recado enviado aos árbritos das próximas partidas do Brasil, certo?

Essa reação compreensiva – digamos assim -- encobre um movimento que não ousa se mostrar por inteiro. Estou falando da torcida contra a Copa.

Derrotados fora de campo, quando se comprovou que a Copa era um sucesso nacional e internacional, e que a maioria dos meios de comunicação havia embarcado numa Escola Base em nível federal, testemunhada por 200 milhões de brasileiros, essa turma foi obrigada a guardar as energias negativas para o que acontece nos gramados.

Não vamos negar: a possibilidade, real, do Brasil sair campeão deixa essa turma em pânico.

Seu movimento mental é semelhante ao discurso de Carlos Lacerda contra Juscelino Kubisctheck nas eleições de 1955, quando ele dizia: JK não pode candidatar-se; se sair candidato, não pode vencer; se vencer, não será empossado. Na Copa de 2014, o raciocínio é o mesmo. Não podia haver Copa. Como ela aconteceu, deve ser ruim. E se não foi ruim, o Brasil não pode vencer.

Por isso ficaram muito indignados com o penalti (duvidoso, no mínimo) em cima de Fred no jogo do VNTC contra a Croácia. Mostraram-se generosos quando a Holanda foi beneficiada num lance parecido. Acharam normal. O silêncio diante da omissão absurda de Carballo é parte dessa postura.

Nas rodadas finais do Mundial, a turma do “Não vai ter Copa” aposta suas últimas esperanças numa derrota da Seleção.

Exibe sorrisos amarelos a cada vitória dos meninos. Ontem, quando ficou garantido que, na pior das hipóteses, a Seleção Brasileira terá direito a disputar uma medalha de bronze, o que ninguém espera mas está longe de ser aquele fiasco anunciado, a ausência de Neymar tornou-se a esperança silenciosa desse pessoal que, nos últimos dias, tentava inutilmente jogar nas costas da “Copa” e do “PAC” a tragédia numa obra de infraestrutura de Belo Horizonte, licitada e administrada pela prefeitura de um aliado da oposição.

A joelhada de Zuñiga foi um ato canalha. Mas o jogo fora do campo é muito pior e desleal, vamos combinar.

ISTOÉ


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  1. Finalmente alguém vê a mesma coisa que eu. A FIFA, como entidade ligada aos interesses da direita sionista mundo afora, veio tentando desqualificar as ações do governo quanto à organização da Copa através daqueles dois estúpidos: Valcke e Blatter. Dois bandidos, pois estão envolvidos em sujeira até o cabelo na quadrilha dos ingressos, no jogo de propinas para a eleição de novas sedes para as copas futuras e por aí vai. A verdade é que a FIFA é uma grande lavanderia de dinheiro sujo e um braço dos interesses sionistas internacionais que neste exato momento estão empenhados em por um de seus títeres no Palácio do Planalto para continuar o desmanche do Estado e a entrega de nossas riquezas para seus amigos e sócios internacionais, trabalho sujo que FHC não conseguiu levar a cabo porque foi interrompido por 12 anos de governo Petista. Chega de silêncio! Vamos dar nomes aos bois. Os fascistas daqui são aliados aos fascistas internacionais e tem os mesmos interesses em rapinar não só o Brasil mas qualquer país que lhes interesse. E são todos reunidos sob a bandeira dos ideais sionistas de domínio global. Vamos dar nome aos inimigos, assim fica mais fácil reconhecê-los na hora da batalha.
    E para o bem do futebol mundial a FIFA deveria ser desmantelada e criada uma nova organização que representasse os interesses deste esporte que caiu no gosto de quase todos os povos ao redor do mundo.

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