Apesar de ter sido recebido pelos correligionários aos gritos de “governador” e ser considerado um candidato competitivo para o governo paulista, França pode ver sua situação se complicar caso o PSB decida não apoiar Alckmin, atual governador do estado. França assume o governo de São Paulo nas próximas semanas, quando Alckmin sai para disputar a Presidência da República pelo PSDB.
França também tem em seu caminho a possibilidade de o tucanato decidir ter candidato próprio e lançar o prefeito da capital paulista, João Doria, que tenta se cacifar para a disputa. Além de Dória, outros dois tucanos – Floriano Pesaro e Luiz Felipe D’Ávila – devem tentar ser o candidato do partido ao governo.
Com a decisão de voltar à esquerda do espectro político, o apoio da sigla a Alckmin ou ao PT ainda é uma incógnita. Lideranças defendem que o partido se alie somente a partidos de esquerda, mas a possibilidade de se manter neutro na disputa presidencial também não é descartada.
Nome próprio ou apoio
No discurso de abertura do congresso, que irá até sábado (3), Carlos Siqueira afirmou que o ideal era que o partido tivesse um nome próprio para a disputa, mas que a decisão será tomada no momento certo. O nome do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa é aventado para ser o nome do partido ao Planalto, mas ele ainda não se decidiu sobre a possível candidatura e não se filiou ao partido. Recém-filiado ao partido, o ex-ministro Aldo Rebelo também é um nome citado dentro da sigla para concorrer à Presidência.
Alckmin, que estava em Brasília na noite de ontem (quinta, 1), era esperado. Contudo, sob a possibilidade de ser vaiado por parte dos pessebistas, não compareceu. Representantes do PT, PCdoB e da Rede – que perderá dois de seus quatro deputados para o PSB na janela partidária – foram ao evento.
Críticas a Temer
Críticas a Temer
Durante o discurso de abertura da convenção, Siqueira afirmou que o governo de Michel Temer (MDB) é o pior da história republicana e que o emedebista formou “quase uma quadrilha” em vez de um ministério.
O partido chegou a ser da base aliada de Temer, mas, dividido, abandonou de vez o barco governista após as delações da JBS, em maio do ano passado.
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