ROBERTO PARIZOTTI/CUT Faixa na refinaria de Mauá avisa: política de 'Mishell' Temer e Parente fazem mal à Petrobrás
Movimento não se intimida com decisão precipitada do TST e mantém paralisação de 72 horas. Pesquisa que identificou apoio da população a movimento dos caminhoneiros dá razão aos petroleiros
por Redação RBASão Paulo – A greve nacional dos petroleiros contra a política de preços de derivados da Petrobras começou à zero hora desta quarta-feira (30), em diversas refinarias e terminais do país, além de plataformas da Bacia de Campos. Para a categoria, a decisão do Tribunal Superior do Trabalho, de antecipar a calssificação da greve como "abusiva", afronta o direito de greve.
Segundo a Federação Única dos Petroleiros, a Petrobras e o TST não cumprem a Lei de Greve. "A lei estabelece que temos que comunicar com 72 horas o movimento e que o TST tem de ser mediador entre capital e trabalho. Só nós fazemos o papel de babaca mandando o documento para o TST, que nem olha e nossa greve sempre é considerada abusiva", diz o coordenador geral da FUP, José Maria Rangel.
Os organizadores do movimento consideram que o alerta de 72 horas deve atrair a atenção e o apoio da população para a causa que está em jogo: conter o processo de privatização da Petrobras. em as refinarias processam 70% de sua capacidade, o Brasil importa derivados e os brasileiros pagam o preço do combustível e do gás de cozinha com base no mercado internacional.
FUP
Rio de Janeiro
A pesquisa foi feita ontem (29) por telefone e poderia, portanto, ter ouvido os entrevistados também sobre o movimento dos petroleiros, perguntando, por exemplo: "Você é a favor da greve contra a política de preços do governo?" Entretanto, as respostas dadas à consulta sobre os caminhoneiros permites deduzir essa opinião: os mesmo 87% que apoiam a categoria discordam que a conta do acordo seja repassada à população.
Efeitos na vida de todos
"O movimentos dos caminhoneiros pautou o preço abusivo do Diesel e estamos pautando a gasolina, o gás de cozinha e todos os demais derivados que afetam a vida dos brasileiros", assinala o secretário-geral da Confederação Nacional dos Químicos (CNQ-CUT), Itamar Sanches.
Itamar, que é também diretor do Sindicato dos Petroleiros Unificados de São Paulo, afirmou de Paulínia, à Rádio Brasil Atual, que a adesão do pessoal da produção da Replan é de 100% e do administrativo, de 70%. "A participação é muito boa."
Além da Replan, os trabalhadores não entraram para trabalhar nas refinarias de Manaus (Reman), Abreu e Lima (Pernambuco), Regap (Minas Gerais), Duque de Caxias (Reduc), Capuava (Recap), Araucária (Repar), Refap (RS), além da Fábrica de Lubrificantes do Ceará (Lubnor), da Araucária Nitrogenados (Fafen-PR) e da unidade de xisto do Paraná (SIX).
A categoria informa ainda que os estoques de derivados estão elevados e que não há motivo para preocupação com desabastecimento.
"A greve já começou no final do dia de ontem. Isso vale para refinarias e terminais. Nas plataformas de produção os trabalhadores estão entregando a planta de produção para as equipes de contingência da Petrobras", relatou José Maria Rangel, também na Rádio Brasil Atual.
CUT Refinaria de Abreu e Lima (PE)
"Nossa greve é contra o processo de privatização da Petrobras que leva nossa refinarias a trabalhar com apenas 70% de sua capacidade, faz com que o Brasil importe derivados de petróleo e faz ainda o brasileiro pagar pelo combustível e gás de cozinha com base no mercado internacional."
CUT