A líder do PCdoB no Senado, Vanessa Grazziotin (AM), criticou as medidas adotadas pelo governo Temer (MDB) para compensar a redução de 0,46 centavos no litro do óleo diesel, em entrevista à TV Senado.



Foto: Reprodução 

 Na avaliação da parlamentar, a solução pode até resolver momentaneamente a mobilização dos caminhoneiros. Mas, ela acredita que pode criar outras mobilizações, por não abaixar o preço da gasolina e nem o dó gás de cozinha. “Muitas pessoas já estão cozinhando com lenha”, lamentou.



A senadora repudiou o corte de 9,5 bilhões no orçamento da União para recompor 0,30 centavos da redução do óleo diesel. “Para que? Para subvencionar a Petrobras, para dar subsídios para a Petrobras. Isso é inimaginável. Estão exigindo que quem não tem pague a conta, para dar dinheiro para a Petrobras, que já tem um lucro significativo”.

“Temos um entendimento que a Petrobras tem condições de arcar com esse rebaixamento dos 0,46 centavos. Os estudos técnicos mostram os dados, que os custos do refino e óleo diesel diminuíram bastante. Esse custo gira em torno de 0,93 centavos a 1 real, por litro. O preço que a Petrobras pratica na refinaria são 2,33 reais. Então, não precisa e nem devemos tirar isso da população”, explicou.

A parlamentar também reforçou que a política de reajustes mais espaçados, exercida anteriormente, não trouxe prejuízo para a estatal.

“Não dá para permitir que o governo trate a Petrobras como se fosse uma empresa privada. Como se fosse um produto regido tão somente pelas regras de mercado. Política de combustíveis está na Constituição. É monopólio do Brasil. E é de interesse público”, ressaltou.

A senadora explicou que ao invés do governo ampliar a sua capacidade de transformar o óleo bruto em diesel ou gasolina, ele vem diminuindo.



“Aproximadamente 30% da capacidade das nossas refinarias estão paradas. Hoje, 25% do óleo diesel é importado. O povo brasileiro já perdeu emprego, salário e está perdendo programas sociais. Ainda vai subsidiar grandes distribuidoras privadas? Ai não dá”.

Questionada sobre se a Petrobras irá aceitar abrir a sua caixa preta, a parlamentar respondeu que acha difícil porque são dados protegidos e sigilosos. Mas, ela ressaltou que protocolou o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os aumentos abusivos dos combustíveis.

“Estou colhendo assinaturas. Já tenho em torno de 22 assinaturas de uma CPI de somente trinta dias, para fazer um levantamento da política de preços da Petrobras. Uma CPI tem como legalmente acessar esses dados que precisamos”.

Assista à integra da entrevista:





 Fonte: TV Senado, via Portal do PCdoB


Portal Vermelho

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