O resultado da eleição – quando ela é livre – é a consagração do que está dito na primeira lei a que o Doutor Todo-Poderoso acha que não vem ao caso: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.
Do alto de sua arrogância autoritária, diz que o país precisa do ““do exemplo de lideranças honestas” . Honestas, claro, na visão dele.
Quem sabe, dá exemplo de “liderança honesta” o sujeito que compra vias públicas para anexar à sua mansão, como o furioso com que a toda hora Moro posa para fotos?
Será exemplo de “liderança honesta” um juiz, convertido que se acha em “herói nacional” receber “auxílio” de verbas públicas para morar num apartamento que é seu, próprio?
Ou sair do recolhimento de sua função para “badalar” pelos salões daqui e do mundo, em eventos que só raramente são jurídicos, “marquetando” sua própria figura?
Ou aqueles que dão a sorte de contar com a leniência da Justiça e assistem as denúncias contra eles perambularem de tribunal em tribunal, cada qual dizendo que “não é comigo”, como Geraldo Alckmin, Beto Richa, Aécio Neves?
Liderança honesta, Dr. Moro, é aquela que recusa usar seu poder discricionário para interferir no resultado das eleições.
E que, desejando nelas influir, despe a armadura da toga que o protege e desce ao campo da política sem ela, para enfrentar seus adversários com a espada do voto e não com o aviltamento de usar o poder legal como sua arma.
Do contrário, seu poder será sempre o de delegado “da roça”, que não pode ser confrontado e se acha no direito de que todos o obedeçam e ninguém questione seus atos.
Precisamos, sim, de leis que impeçam abusos e, em matéria de corrupção, estamos cheios delas, sem melhores efeitos.
Mas há outros tipos de abuso, como o de pessoas que, investidas do poder de Estado, querem escolher como e quem o povo pode escolher em eleições.
O dos que roubam um valor imenso, superior, aquele que nos dá o estágio de civilizados: a liberdade e a soberania do povo.
TIJOLAÇO

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