A coluna Painel, da Folha, anuncia hoje uma ofensiva de Geraldo Alckmin para conquistar eleitores de Jair Bolsonaro.

Aliados de Geraldo Alckmin, o candidato do PSDB à Presidência, começaram a traçar estratégias para, mesmo antes do início da propaganda eleitoral, tentar retomar eleitorado que já foi dele e hoje simpatiza com Jair Bolsonaro (PSL). A ofensiva deve começar no terreno menos acidentado: o interior de São Paulo, reduto de Alckmin há anos. Reconquistar a região, de perfil conservador e muito ligada ao agronegócio, é visto como o primeiro passo para fortalecer o tucano nas pesquisas.


O erro é claro, mas é inevitável.

Erro crasso porque investe sobre um eleitorado consolidado – basta ver o quão pouco oscilam as intenções de voto de Bolsonaro – e porque a radicalização necessária a aproximar-se desta área tira do candidato o discurso para achegar-se ao eleitorado de centro-direita, menos congestionado que o de extrema-direita.

Inevitável porque, por não conseguir chegar nem a 10% nas pesquisas – e muito menos, em diversas delas -, Geraldo Alckmin terá de chegar à primeira pesquisa depois do início do horário eleitoral – menos de um mês antes das eleições – com pelo menos o dobro do que tem, sob pena de começar a ser “cristianizado” pela máquina política que se orgulha de ter montado, juntando o centrão ao PSDB.

Os problemas de Alckmin em casa não são pequenos. Com cerca de 15% dos votos no estado e seu ex-pupilo João Dória e o pateiro Paulo Skaff empatados em 16% na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes, segundo a última pesquisa do Ibope, não é ilógico supor que seus votos vêm, em proporção maior, dos eleitores de Skaf que dos dorianos, propensos a votar no ex-capitão.

Claro que ambos evitarão o confronto direto.

Mas não estranhem se Bolsonaro começar a bater abaixo da linha da cintura de Alckmin, a golpes de Michel Temer.

Numa eleição onde todos repetem que o número de indecisos é tão grande, crescer sobre a porção dos eleitores já com escolha feita parece ser um erro de estratégia.

Ao qual a pressa de Alckmin o obriga, entretanto.


TIJOLAÇO

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