Fernando Brito

Em sua coluna em O Globo, Bernardo Mello Franco aponta, corretamente, que a eleição se definiu, antecipadamente, por um duelo entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad.

Divirjo apenas de que isso vá provocar um total esvaziamento das demais candidatura – já de si bem vazias – ainda na rodada inicial e, ontem, mostrei os dados do Ibope que contrariam esta tendência de “voto útil” em larga escala.

Vale a leitura inclusive do curioso conceito do diretor do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, que cria dois tipos de rejeição, a Haddad e ao PT. Falta só explicar a razão desta não “colar” naquele.

O segundo turno começou mais cedo
Bernardo Mello Franco, em O Globo


Agora é oficial. A julgar pelo Ibope, a eleição afunilou de vez entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad. Se não houver uma grande reviravolta, os dois estarão no segundo turno. Isso equivale a dizer que o duelo final pela Presidência começou mais cedo.

A nova pesquisa praticamente enterra as chances de uma terceira via. Ciro Gomes tentou ocupá-la, mas estacionou em 11% das intenções de voto. Ele precisaria dobrar seu eleitorado para empatar com Haddad na reta final. É uma missão quase impossível a menos de duas semanas das urnas.

Geraldo Alckmin também se esforçou, mas continua atolado na casa de um dígito. Sua campanha entrou no modo de crise permanente. Dia sim, outro também, o presidenciável é abandonado por um aliado do centrão ou do próprio PSDB.

Os partidos da coligação fixaram uma data-limite. Se o tucano não ressuscitar até o Datafolha de sexta-feira, será largado à própria sorte. Os mais afobados não querem esperar a missa de corpo presente. É o caso de seu ex-pupilo João Doria, que já entrou na dança do acasalamento com Bolsonaro.

O capitão manteve seus 28%, mas recebeu três notícias ruins. A primeira foi o crescimento de Haddad, que chegou a 22% e passou a ameaçar sua liderança. A segunda foi o crescimento de seu próprio índice de rejeição, que chegou a 46%. A terceira foi a mudança nos cenários de segundo turno.

Bolsonaro voltou a aparecer em desvantagem na maioria das simulações. Se a eleição fosse hoje, ele seria derrotado por Haddad, Ciro e Alckmin. Só empataria com Marina, que encolheu para 5% e corre o risco de terminar a eleição entre os nanicos.

Os números animaram os petistas, mas não significam que Haddad terá vida fácil. O presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, afirma que a verdadeira rejeição do petista é maior que os 30% indicados na pesquisa. Ele diz que o questionário capta a aversão à “pessoa física” do candidato. Seu desgaste tende a aumentar quando o eleitor que não deseja a volta do PT passar a identificá-lo como inimigo.


TIJOLAÇO

Comentário(s)

-Os comentários reproduzidos não refletem necessariamente a linha editorial do blog
-São impublicáveis acusações de carácter criminal, insultos, linguagem grosseira ou difamatória, violações da vida privada, incitações ao ódio ou à violência, ou que preconizem violações dos direitos humanos;
-São intoleráveis comentários racistas, xenófobos, sexistas, obscenos, homofóbicos, assim como comentários de tom extremista, violento ou de qualquer forma ofensivo em questões de etnia, nacionalidade, identidade, religião, filiação política ou partidária, clube, idade, género, preferências sexuais, incapacidade ou doença;
-É inaceitável conteúdo comercial, publicitário (Compre Bicicletas ZZZ), partidário ou propagandístico (Vota Partido XXX!);
-Os comentários não podem incluir moradas, endereços de e-mail ou números de telefone;
-Não são permitidos comentários repetidos, quer estes sejam escritos no mesmo artigo ou em artigos diferentes;
-Os comentários devem visar o tema do artigo em que são submetidos. Os comentários “fora de tópico” não serão publicados;

Postagem Anterior Próxima Postagem

ads

ads