Presidente que está prestes a deixar o cargo classificou o seu mandato como "semiparlamentarista" e afirmou que nunca desconfiou da sua antecessora
Michel Temer tomou posse da Presidência da República depois que Dilma sofreu um impeachment em 2016Wilson Dias/ABr
"Eu apanhei o governo numa situação de muita contestação", disse, referindo-se à onda de protestos pró-impeachment. "Quando o presidente é impedido, assume o vice, com toda naturalidade", continuou. "Eu tenho a impressão de que ela [Dilma] é uma senhora correta, honesta", elogiou Michel Temer .
"Eu não tenho essa impressão de ela seja alguém que chegou ao governo para se apropriar das coisas públicas", disse. "Nunca tive essa impressão e confesso que continuo não tendo", concluiu.
A declaração vem como um breve sinal de paz, por parte do emedebista, depois de todas as ofensas trocadas pela presidente cassada e seu sucessor, nos últimos dois anos. A oposição defende ainda que Temer deu um golpe em Dilma, tirando-a do poder para tomá-lo. Dilma Rousseff sofreu um impeachment , em 2016, após ser considerada culpada por um crime de responsabilidade, pelas chamadas 'pedaladas fiscais'.
Ainda na entrevista desta madrugada, Temer chegou a classificar seu mandato como "semiparlamentarista". Afinal, segundo ele, o Congresso governou junto ao presidente. "Eu fiz um governo semiparlamentarista e trouxe o Congresso para governar comigo, algo que no passado não acontecia", classificou.
Também avaliando seu governo, Temer comentou a expressão "toma lá, dá cá", usada por críticos, contra a sua gestão presidencial. "Não tem nada de toma lá dá cá. Essa história foi criada. As pessoas não percebem que as emendas (parlamentares) são impositivas", afirmou ele.
A 15 dias de deixar o governo, Temer negou os rumores de que iria para Portugal em 2019, garantindo que ficará em sua casa, em São Paulo, até um segundo plano. Hoje, ele tem uma casa no bairro de Alto de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista.
Indagado sobre as denúncias que recebeu, se mostrou confiante, mesmo perdendo o foro privelegiado em janeiro. "Quando eu sair da Presidência o foco não será mais político, vai para o foco jurídico. [Não há] nem preocupação minha, nem dos advogados. Essa denúncia gerou duas manifestações da Câmara como se fosse um pedido de impeachment. E o que a Câmara fez? Negou", afirmou.
Questionado a respeito do futuro do País, Michel Temer garantiu que se sente otimista com a posse de Jair Bolsonaro. "Na democracia é assim: Há um momento em que o povo quer mudar tudo. Quando Lula foi eleito, foi assim. E mudaram. E essa mudança persistiu por vários anos. Agora, optou-se por uma forma 'contra tudo que estava aí'", afirmou.
iG

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