O ministro da Educação, Abraham Weintraub, na Câmara, depois de ser convocado para detalhar como será feito o bloqueio de verbas de universidades públicas e institutos federais. Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, participou de evento neste sábado (25), em São Paulo, com um grupo de 30 professores de educação básica que venceram a edição 2018 do Prêmio Professores do Brasil. Depois do café da manhã, no momento de posar para foto oficial do encontro, cerca oito educadores ergueram livros de pedagogo e pensador brasileiro Paulo Freire, em protesto ao que está sendo praticado pelo Ministério da Educação no governo Bolsonaro.
Na foto publicada por Weintraub em suas redes sociais, é possível ver ao menos dois professores com os livros erguidos. Em resposta, o ministro colocou em dúvida o método Paulo Freire. “Será que ele é o melhor que tem no mundo? Que eu saiba, ele não foi copiado no mundo”, disse.
Questionada pela imprensa, uma das professoras que participou do protesto comentou que há muito desconhecimento a respeito de Paulo Freire e sua obra, que é referência mundial. Outra entre as premiadas que participou da manifestação, Ana Beatriz Maciel, de Natal (RN), que dá aulas para o ensino fundamental, além de formar professores, disse que o protesto foi feito de forma silenciosa e respeitosa, para mostrar que o contingenciamento no ensino superior também afeta a base da educação. “Somos todos professores. Como vão se formar bons professores, se em algum lugar da pirâmide ela estará prejudicada?”, questionou.
O grupo de professores viaja ainda neste sábado para o Canadá, onde devem passar nove dias. O prêmio é uma iniciativa do ministério da Educação e a viagem é fruto de uma parceria com o Colleges and Institutes Canadá, por meio qual os docentes vão trocar experiências e fazer uma imersão na educação e na cultura local. A viagem e todos os custos serão por conta da instituição canadense.
Durante o café da manhã, o ministro tentou defender sua gestão, marcada pela má repercussão gerada pelo contingenciamento do orçamento das universidades federais e da educação básica. O congelamento das verbas levou milhares de pessoas às ruas em todas as capitais do país no último dia 15, o primeiro grande protesto popular enfrentado pelo governo Bolsonaro.
“Se você cortar 30% do orçamento deste hotel, este hotel fecha. E qual foi a universidade que fechou? Nenhuma. O que houve foi um contingenciamento de 3,5%. Isso é uma abordagem falaciosa, mentirosa”, defendeu o ministro, em conversa com jornalistas.
*Com informações da Agência Brasil
Congresso em Foco


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