O ex-ministro das Relações Exteriores participou de um debate sobre os acontecimentos recentes nos países latino-americanos e o atual contexto brasileiro. Para Amorim, é preciso que haja uma mobilização contra a agenda neoliberal. “O neoliberalismo pode até ser forte, mas o povo é mais forte.”, enfatizou o diplomata.
Um dos espaços símbolos da resistência da cidade de São Paulo, o restaurante Al Janiah, recebeu, nesta segunda-feira (4), o ex-ministro Celso Amorim para uma exposição aberta sobre o tema “ América Latina em ebulição” organizada pelo Instituto Lula. Eleito pela mídia especializada como o “melhor diplomata do mundo”, Amorim foi ministro das Relações Exteriores nos governos dos presidentes Itamar Franco e Lula, e ainda ocupou o ministério da Defesa, no governoDilma Rousseff.
Celso Amorim iniciou sua fala relembrando uma capa da revista The Economist em 2010, em que o mapa da América Latina foi colocado invertido e com o título de que “a América Latina não seria mais o quintal de ninguém”.
A partir desse exemplo, Amorim fez uma retomada das relações entre o Brasil e a América Latina e o desenvolvimento dos países da região. “Nos primeiros 10 anos do novo milênio, houve um forte empenho para fortalecer a democracia, combater a desigualdade e, ao mesmo tempo, fazer uma reformulação da políticaexterna, que colocou o Brasil numa nova posição no mundo”.
“Nós começamos a traçar uma política internacional que visava a menor dependência dos Estados Unidos e da Europa, não só o Brasil, tinha que ser a América do Sul como um todo, com a consolidação do Mercosul, a criação da Unasul”, relembrou o ex-ministro.
Soberania Nacional
Amorim comentou os erros cometidos por Jair Bolsonaro (PSL) quanto ao relacionamento do Brasil com outros países, em particular quanto à soberania nacional. “Sobre soberania, eles falam de uma maneira falsa e distorcida. Soberania não é a liberdade para matar, para queimar floresta, para discriminar, soberania é ter a responsabilidade por um território. O Lula sempre exerceu a soberania plenamente e com responsabilidade. Por exemplo, nós sabemos que a Amazônia é brasileira, sempre respeitamos o povo nativo, mas também defendemos o clima do mundo, o problema também é global.”
Indo mais além, o diplomata também citou o caso das privatizações, que para ele, devem ser chamadas por outro nome. “Privatizar é mentira, é desnacionalizar, porque não tem nenhuma empresa brasileira capaz de comprar as empresas nacionais. Quem vai comprar são os americanos, os chineses.”
Governo da anormalidade
Aproveitando para analisar o contexto atual das relações exteriores do Brasil e o comportamento de Bolsonaro perante a comunidade internacional, Amorim declarou que predomina a anormalidade. “O que existe hoje no governo é uma total anormalidade. Não é só ser de direita. O que me choca na grande mídia é que a anormalidade é vista com normalidade, até quando critica. Na parte internacional, nunca houve quem atacasse a mulher do presidente da França ou que dissesse que não cumprimentaria e não iria à posse de um presidente argentino. Essas marcas ficam, nós vamos demorar para superar. Não só pela pessoa que faz, mas pela passividade que existe hoje.”
O ex-chanceler afirmou que até mesmo os Estados Unidos estão estranhando o comportamento do governo brasileiro. “O Brasil está numa posição tão anormal que está se tornando disfuncional até aos olhos dos Estados Unidos. É preciso entender que nós não temos possibilidade de ter um desenvolvimento de equidade se não for em conjunto com a América Latina”.
Celso Amorim terminou sua participação lembrando que é importante construir um movimento de mobilização para resistir ao período que vivemos. “A nossa principal preocupação deve ser a de conseguir construir um movimento social de mobilização. Eles não vencerão o povo. O neoliberalismo pode até ser forte, mas o povo é mais forte.”
Portal Vermelho
Celso Amorim iniciou sua fala relembrando uma capa da revista The Economist em 2010, em que o mapa da América Latina foi colocado invertido e com o título de que “a América Latina não seria mais o quintal de ninguém”.
A partir desse exemplo, Amorim fez uma retomada das relações entre o Brasil e a América Latina e o desenvolvimento dos países da região. “Nos primeiros 10 anos do novo milênio, houve um forte empenho para fortalecer a democracia, combater a desigualdade e, ao mesmo tempo, fazer uma reformulação da políticaexterna, que colocou o Brasil numa nova posição no mundo”.
“Nós começamos a traçar uma política internacional que visava a menor dependência dos Estados Unidos e da Europa, não só o Brasil, tinha que ser a América do Sul como um todo, com a consolidação do Mercosul, a criação da Unasul”, relembrou o ex-ministro.
Soberania Nacional
Amorim comentou os erros cometidos por Jair Bolsonaro (PSL) quanto ao relacionamento do Brasil com outros países, em particular quanto à soberania nacional. “Sobre soberania, eles falam de uma maneira falsa e distorcida. Soberania não é a liberdade para matar, para queimar floresta, para discriminar, soberania é ter a responsabilidade por um território. O Lula sempre exerceu a soberania plenamente e com responsabilidade. Por exemplo, nós sabemos que a Amazônia é brasileira, sempre respeitamos o povo nativo, mas também defendemos o clima do mundo, o problema também é global.”
Indo mais além, o diplomata também citou o caso das privatizações, que para ele, devem ser chamadas por outro nome. “Privatizar é mentira, é desnacionalizar, porque não tem nenhuma empresa brasileira capaz de comprar as empresas nacionais. Quem vai comprar são os americanos, os chineses.”
Governo da anormalidade
Aproveitando para analisar o contexto atual das relações exteriores do Brasil e o comportamento de Bolsonaro perante a comunidade internacional, Amorim declarou que predomina a anormalidade. “O que existe hoje no governo é uma total anormalidade. Não é só ser de direita. O que me choca na grande mídia é que a anormalidade é vista com normalidade, até quando critica. Na parte internacional, nunca houve quem atacasse a mulher do presidente da França ou que dissesse que não cumprimentaria e não iria à posse de um presidente argentino. Essas marcas ficam, nós vamos demorar para superar. Não só pela pessoa que faz, mas pela passividade que existe hoje.”
O ex-chanceler afirmou que até mesmo os Estados Unidos estão estranhando o comportamento do governo brasileiro. “O Brasil está numa posição tão anormal que está se tornando disfuncional até aos olhos dos Estados Unidos. É preciso entender que nós não temos possibilidade de ter um desenvolvimento de equidade se não for em conjunto com a América Latina”.
Celso Amorim terminou sua participação lembrando que é importante construir um movimento de mobilização para resistir ao período que vivemos. “A nossa principal preocupação deve ser a de conseguir construir um movimento social de mobilização. Eles não vencerão o povo. O neoliberalismo pode até ser forte, mas o povo é mais forte.”
Da redação, com informações da Agência PT de Notícias

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