POR FERNANDO BRITO · 13/11/2019


Nem dá para comentar politicamente a atitude de Jair Bolsonaro ao dizer, de público, que “casou errado” ao chamar “e não esse Mourão aí” para ser seu vice-presidente, como está na Folha.

Especula-se apenas qual a razão do coice e a explicação prosaica mais provável é a de que foi uma “compensação” a Carlos Bolsonaro, filho e ajudante-de-ordens do pai, que ontem acabou saindo se seu quartel das redes sociais.

As consequências são difíceis de prever, porque saiu da política para o campo da vergonha na cara.

Na dele, general Hamílton Mourão, e na de todos os militares que se tornaram cúmplice da desastrosa aventura que colocou o ex-capitão – um mau militar, nas palavras de Ernesto Geisel – como seu comandante supremo.

Um homem ou uma mulher de algum brio, diante desta declaração de seu – vê-se agora, apenas suposto – companheiro, pegaria sua trouxa e se afastaria.

Fará isso Mourão? Farão isso seus ex-companheiros de farda, diante da humilhação pública, gratuita e mau-caráter, de Jair Bolsonaro?

Em outros tempos, a resposta seria seguramente sim. Hoje, duvida-se.

Nem mesmo pela sustentação militar, que o ex-cabo, digo, ex-capitão supõe – e não sem razão – ter na tropa e nas forças que lhe são mais fiéis: a polícia e seu entorno miliciano.

É possível que saia algum desmentido capenga, na base do “a extrema-imprensa quer nos intrigar” – para salvar a cara do general e o poder de seus colegas enganchados – engajados já é palavra superada – no governo.

Mas todos eles sabem que é verdade.



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