Caso inédito relatado por médicos é o primeiro a afetar o funcionamento da bexiga. Especialistas acreditam que a diabetes não controlada da paciente provocou a condição2 min de leitura
REDAÇÃO GALILEU
Mulher que urina álcool é diagnosticada com primeiro caso de síndrome da autocervejaria na bexiga. Acima: Garçom enche copo com cerveja (Foto: Marcelo Ikeda Tchelão/Pixabay )
Relatada na revista Annals of Internal Medicine, a condição veio à tona quando médicos do Hospital Presbiteriano do Centro Médico da Universidade de Pittsburgh examinavam uma mulher para incluí-la na lista de espera de transplante de fígado. Ela sofria de cirrose hepática e diabetes, doenças frequentemente associadas ao alcoolismo e uso excessivo de álcool.
No entanto, ela alegou que não consumia esse tipo de bebida. Os médicos eram céticos diante das alegações, já que seus testes de urina davam repetidamente positivos. Porém, eles notaram que os resultados para glicoloneto de etila e sulfato de etila, substâncias produzidas pela quebra do etanol (álcool), eram negativos. Da mesma forma, seus exames de sangue foram negativos para o etanol. Isso significava que o álcool não estava na corrente sanguínea, garantindo que ela estava falando a verdade.
Após novos exames, os profissionais descobriram que a bexiga da mulher havia sido colonizada com uma cepa de levedura chamada Candida glabrata, um fungo que faz parte da flora humana normal e que está intimamente relacionado à levedura de cerveja (Saccharomyces cerevisiae).
Para fazer álcool, é preciso de água e açúcar combinados com fermento e ausência de oxigênio. As condições anaeróbicas (sem oxigênio) fazem com que a levedura fermente os açúcares, transformando-os em etanol e dióxido de carbono. Como a urina da mulher continha açúcar em razão da diabetes mal controlada, as condições eram ideais para a fermentação.
"Acho que a maior razão para a paciente desenvolver essa condição é a diabetes mal controlada, porque o ambiente da bexiga com altos níveis de glicose é definitivamente uma condição otimista para o crescimento e a atividade do fermento", disse Kenichi Tamama, autor do estudo, disse à IFLScience.
O efeito "autocervejaria" nunca foi visto na bexiga antes, embora tenha sido documentado algumas vezes no sistema digestivo. As pessoas que são diagnostcadas com essa condição relatam sentir-se embriagadas e "enevoadas", porque o álcool entra na corrente sanguínea. Os sintomas também podem incluir náusea, vômito, sentidos prejudicados, perda de memória e até perda de consciência.
Revista Galileu
Postar um comentário
-Os comentários reproduzidos não refletem necessariamente a linha editorial do blog
-São impublicáveis acusações de carácter criminal, insultos, linguagem grosseira ou difamatória, violações da vida privada, incitações ao ódio ou à violência, ou que preconizem violações dos direitos humanos;
-São intoleráveis comentários racistas, xenófobos, sexistas, obscenos, homofóbicos, assim como comentários de tom extremista, violento ou de qualquer forma ofensivo em questões de etnia, nacionalidade, identidade, religião, filiação política ou partidária, clube, idade, género, preferências sexuais, incapacidade ou doença;
-É inaceitável conteúdo comercial, publicitário (Compre Bicicletas ZZZ), partidário ou propagandístico (Vota Partido XXX!);
-Os comentários não podem incluir moradas, endereços de e-mail ou números de telefone;
-Não são permitidos comentários repetidos, quer estes sejam escritos no mesmo artigo ou em artigos diferentes;
-Os comentários devem visar o tema do artigo em que são submetidos. Os comentários “fora de tópico” não serão publicados;