O presidente Emmanuel Macron visitou o Hospital Necker, em Paris, no dia 10 de março de 2020, quando a epidemia de coronavírus já estava instalada. Ludovic Marin / POOL / AFP
Texto por:RFI
No 11° dia de confinamento, os franceses demonstram um misto de extrema preocupação e indignação diante das dificuldades enfrentadas pelo governo para mitigar a epidemia do novo coronavírus. Com 1.700 mortos – 365 óbitos adicionais em 24 horas –, incluindo uma adolescente de 16 anos sem outras doenças conhecidas, a população se dá conta que a capacidade de atendimento do sistema público de saúde está aquém do desafio sanitário.
O primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, admitiu nesta sexta-feira (27) que os franceses vão enfrentar uma situação difícil nos próximos dias e terão de "ser fortes" diante da onda de doentes que chega aos hospitais. "Estamos apenas no começo, entramos numa fase que vai durar", disse o premiê.
O anúncio da morte de uma adolescente de 16 anos, saudável até ser contaminada pelo novo vírus, aumenta a sensação de impotência ante a doença. Infectologistas têm dito que é cada vez maior o número de casos graves em várias faixas etárias abaixo de 60 anos de idade. "O caso de Julie permanece excepcional, ela foi vítima de uma forma severa da doença", disse Bruno Lina, virologista que é membro do Conselho Científico que assessora o presidente Emmanuel Macron.
Agora, todo o país está sujeito ao mesmo quadro grave enfrentado na região leste nos últimos 15 dias. Com as UTIs lotadas em Mulhouse e Estrasburgo, o governo acionou o Exército e um trem de alta velocidade (TGV), transformado em ambulância, para transportar doentes entubados para regiões onde ainda existem leitos disponíveis.
Com hospitais saturados, escassez de testes de diagnóstico e equipamentos de proteção pessoal para evitar o contágio, os franceses mantêm os olhos voltados para a vizinha Alemanha, onde as autoridades administram aparentemente com mais eficiência a propagação do coronavírus.
A Alemanha aumentou o número de testes da Covid-19 para 500.000 por semana, em uma estratégia de detecção precoce que ajuda, em parte, a manter o número de mortes relativamente baixo no país. Os alemães contaminados são rapidamente isolados e tratados, limitando o contágio. A França realiza atualmente 9.000 testes por dia. As autoridades dizem que terão capacidade para elevar essa quantidade para 25.000 a 30.000 por dia, mas apenas dentro de dez dias.
RFI
O anúncio da morte de uma adolescente de 16 anos, saudável até ser contaminada pelo novo vírus, aumenta a sensação de impotência ante a doença. Infectologistas têm dito que é cada vez maior o número de casos graves em várias faixas etárias abaixo de 60 anos de idade. "O caso de Julie permanece excepcional, ela foi vítima de uma forma severa da doença", disse Bruno Lina, virologista que é membro do Conselho Científico que assessora o presidente Emmanuel Macron.
Agora, todo o país está sujeito ao mesmo quadro grave enfrentado na região leste nos últimos 15 dias. Com as UTIs lotadas em Mulhouse e Estrasburgo, o governo acionou o Exército e um trem de alta velocidade (TGV), transformado em ambulância, para transportar doentes entubados para regiões onde ainda existem leitos disponíveis.
Com hospitais saturados, escassez de testes de diagnóstico e equipamentos de proteção pessoal para evitar o contágio, os franceses mantêm os olhos voltados para a vizinha Alemanha, onde as autoridades administram aparentemente com mais eficiência a propagação do coronavírus.
A Alemanha aumentou o número de testes da Covid-19 para 500.000 por semana, em uma estratégia de detecção precoce que ajuda, em parte, a manter o número de mortes relativamente baixo no país. Os alemães contaminados são rapidamente isolados e tratados, limitando o contágio. A França realiza atualmente 9.000 testes por dia. As autoridades dizem que terão capacidade para elevar essa quantidade para 25.000 a 30.000 por dia, mas apenas dentro de dez dias.
Afluência vertiginosa na região parisiense
Nesta sexta-feira (27), o diretor da Agência Regional da Saúde, Aurélien Rousseau, informou que a região parisiense enfrenta uma afluência "vertiginosa" de doentes nos hospitais. "Temos 1.300 pessoas em reanimação, para 1.500 leitos disponíveis no total", relata Rousseau. "Mobilizamos todos os aparelhos de respiração artificial disponíveis, mas faltam medicamentos, tubos, descartáveis e pessoal", acrescentou o diretor da Agência Regional da Saúde de Île-de-France.RFI

Postar um comentário
-Os comentários reproduzidos não refletem necessariamente a linha editorial do blog
-São impublicáveis acusações de carácter criminal, insultos, linguagem grosseira ou difamatória, violações da vida privada, incitações ao ódio ou à violência, ou que preconizem violações dos direitos humanos;
-São intoleráveis comentários racistas, xenófobos, sexistas, obscenos, homofóbicos, assim como comentários de tom extremista, violento ou de qualquer forma ofensivo em questões de etnia, nacionalidade, identidade, religião, filiação política ou partidária, clube, idade, género, preferências sexuais, incapacidade ou doença;
-É inaceitável conteúdo comercial, publicitário (Compre Bicicletas ZZZ), partidário ou propagandístico (Vota Partido XXX!);
-Os comentários não podem incluir moradas, endereços de e-mail ou números de telefone;
-Não são permitidos comentários repetidos, quer estes sejam escritos no mesmo artigo ou em artigos diferentes;
-Os comentários devem visar o tema do artigo em que são submetidos. Os comentários “fora de tópico” não serão publicados;