Depois das acusações envolvendo Joe Biden e seu filho, foi a vez de Donald Trump e sua filha Ivanka serem apontados pelos jornais norte-americanos por terem marcas registradas no país asiático
Por Bárbara Ligero
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping, em encontro ocorrido em 2019
Nesta terça-feira (20), o jornal norte-americano The New York Times publicou uma matéria destacando a existência de uma conta bancária envolvendo o nome do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na China. A denúncia foi feita em um momento em que a campanha do candidato à reeleição tem acusado o seu opositor, Joe Biden, e o filho deste, Hunter Biden, de serem muito permissivos em relação ao país asiático comunista, além de terem feito acordos comerciais com uma empresa chinesa. A reportagem explica que os jornalistas envolvidos na investigação analisaram os registros fiscais públicos do presidente, mas que as contas estrangeiras não constam ali porque são mantidas sob nomes corporativos.
A conta chinesa, no caso, é controlada pela Trump International Hotels Management L.L.C., rede de hotéis de luxo que reportou alguns milhares de dólares vindos da China. Em resposta, o advogado da Trump Organization, Alan Garten, disse que a empresa “abriu uma conta em um banco chinês com escritório nos Estados Unidos para pagar os impostos locais”. Segundo ele, isso teria acontecido depois que a empresa de Trump estabeleceu um escritório na China para “explorar o potencial para negócios hoteleiros na Ásia“. No entanto, “nenhum negócio, transação ou outra atividade comercial se materializou e, desde 2015, o escritório permaneceu inativo”. Garten acrescenta que “embora a conta bancária permaneça aberta, ela nunca foi usada para qualquer outro propósito”.
Até o ano passado, o Industrial & Commercial Bank of China Ltd, maior banco estatal chinês, alugava três andares da Trump Tower, enorme arranha-céu em Nova York que foi construído e fundado pelo atual presidente dos Estados Unidos. O contrato, bastante lucrativo, levou às primeiras acusações de que o aluguel representava um conflito de interesses para Donald Trump. Mais tarde, em 2017, o presidente adicionou seis novas marcas registradas ao seu portfólio na China, nos setores de construção e serviços veterinários, sendo que antes, quando era apenas um empreendedor, quase todas as suas tentativas de manter negócios no país foram mal-sucedidas.
O The New York Times denunciou ainda que, em 2016, logo após ter vencido a sua primeira eleição presidencial, Trump vendeu uma cobertura sua em Manhattan para a chinesa Xiao Yan Chen, que adquiriu o imóvel por US$ 15,8 milhões em uma transação fora do mercado. Chen dirige uma empresa de consultoria internacional e supostamente tem conexões de alto nível com o governo e as elites políticas chinesas. A filha do presidente, Ivanka Trump, também foi mencionada na matéria: o jornal relembrou que a empreendedora registrou sete novas marcas no país em 2018 praticamente ao mesmo tempo que Donald Trump se comprometeu em ajudar a evitar a falência de uma grande empresa de telecomunicações chinesa – apesar da companhia já ter sido acusada de fazer negócios com o Irã e a Coréia do Norte.
Jovem Pan

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