Suspeitas de corrupção em contrato de vacina indiana com o governo federal mudaram a conjuntura dos protestos
A Frente Fora Bolsonaro decidiu realizar novas manifestações contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a favor de vacinas contra a Covid-19 em 3 de julho.
O novo ato foi definido durante reunião na tarde deste sábado (26/6) e foi motivada pelas denúncias de corrupção no contrato da Covaxin (leia mais abaixo). O encontro foi agendado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que encabeçam a campanha e reúnem centenas de entidades do chamado campo progressista.
As manifestações marcadas para 24 de julho estão mantidas. O ato será nacional. As manifestações da próxima semana também estão previstas em todos os estados do país, e agora acompanhadas do slogan “Bolsonaro vai cair”.1408916297958756359
Esta será a terceira manifestação nacional contra o governo durante a pandemia de coronavírus, que já vitimou mais de 512 mil brasileiros.
Nas últimas duas manifestações, todos os estados do país e o Distrito Federal reuniram milhares de brasileiros que foram às ruas a favor de mais vacinas, de auxílio emergencial de R$ 600 e do impeachment de Bolsonaro.
Covaxin
De acordo com documentos do Tribunal de Contas da União (TCU), a vacina indiana Covaxin foi a mais cara negociada pelo governo federal, custando R$ 80,70 a unidade. O valor é quatro vezes maior que o da vacina da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a AstraZeneca, por exemplo.
A CPI da Covid investiga por que o governo agilizou os trâmites na compra da vacina indiana. Segundo um levantamento do TCU, o Ministério da Saúde levou 97 dias para fechar o contrato da Covaxin, enquanto demorou 330 dias para ter um acordo com a Pfizer.
Além disso, o contrato entre o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos para compra da Covaxin foi o único acordo do governo que teve um intermediário sem vínculo com a indústria de vacinas – o que foge do padrão das negociações e contratos de outros imunizantes.
O Ministério da Saúde firmou um contrato de R$ 1,6 bilhão para a compra de 20 milhões de doses. O valor ainda não foi pago, mas está empenhado (reservado para desembolso), e as doses não foram importadas para o Brasil.
O presidente Jair Bolsonaro foi alertado sobre as supostas irregularidades. Durante sessão da CPI na noite dessa sexta-feira (25/6), o nome do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR) foi citado em depoimento do deputado Luís Miranda (DEM-DF).
Segundo Miranda, Barros foi mencionado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como o “dono do rolo” no processo de negociação da Covaxin.
Postar um comentário
-Os comentários reproduzidos não refletem necessariamente a linha editorial do blog
-São impublicáveis acusações de carácter criminal, insultos, linguagem grosseira ou difamatória, violações da vida privada, incitações ao ódio ou à violência, ou que preconizem violações dos direitos humanos;
-São intoleráveis comentários racistas, xenófobos, sexistas, obscenos, homofóbicos, assim como comentários de tom extremista, violento ou de qualquer forma ofensivo em questões de etnia, nacionalidade, identidade, religião, filiação política ou partidária, clube, idade, género, preferências sexuais, incapacidade ou doença;
-É inaceitável conteúdo comercial, publicitário (Compre Bicicletas ZZZ), partidário ou propagandístico (Vota Partido XXX!);
-Os comentários não podem incluir moradas, endereços de e-mail ou números de telefone;
-Não são permitidos comentários repetidos, quer estes sejam escritos no mesmo artigo ou em artigos diferentes;
-Os comentários devem visar o tema do artigo em que são submetidos. Os comentários “fora de tópico” não serão publicados;