Mesmo atacada, vereadora de Recife, Liana Cirne, defende direitos humanos também para policiais

Por Redação RBA

Vereadora que ficou conhecida por enfrentar policiais durante repressão a manifestantes em Recife também cobra a responsabilização dos comandos das polícias em casos de abuso

São Paulo – A vereadora recifense Liana Cirne (PT) criticou partidos e movimentos de esquerda por terem “abdicado” da tarefa de disputar o apoio político a policiais. Alvo preferencial da repressão policial em protestos e mobilizações de rua, ela destacou que a esquerda adota postura “revanchista” em relação aos agentes de segurança. O exemplo, segundo a parlamentar, são os grupos de policiais antifascistas, que tentam levar aos colegas de tropa outro ideário alinhado com os princípios dos direitos humanos.

“Temos que disputar corações e mentes desses policiais”, afirmou Liana em entrevista ao Revista Brasil TVT, neste domingo (13). Ela lembrou que, na maioria dos casos, os agentes de segurança são ‘majoritariamente pretos e periféricos’. E também enfrentam a precarização dos seus próprios direitos.

A parlamentar Liana Cirne ficou conhecida nacionalmente ao tentar conter a ação violenta de policiais durante as manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro ocorridas na capital pernambucana no final de maio.

Ao interpelar os agentes, Liana foi atacada, a queima roupa, com spray de pimenta. Durante a repressão, duas pessoas que receberam tiros de bala de borracha nos olhos ficaram cegas, exemplificando a brutalidade da ação policial. Mesmo diante dos abusos flagrantes, a parlamentar afirma que a punição aos agentes envolvidos não deve ser negligenciada, mas não é a prioridade.

Cadeia de comando

“Esse comportamento violento não pode ser compreendido como um descontrole dos policiais individualmente. É necessário enfrentar essa cultura de repressão a manifestações democráticas”, afirmou. Nesse sentido, a responsabilização sobre os abusos cometidos deve recair sobre a “cadeia de comando”.

“É ingênuo acreditar que os policiais agem ao arrepio do comando. Não existe isso. Sobretudo nas polícias militares, que são altamente hierarquizadas. Existe cadeia de comando e inteligência. Se as ações foram violentas, é porque houve uma determinação do secretário de Segurança. Esse tipo de situação não podemos mais deixar passar.

Em Pernambuco, posteriormente, a repressão violenta aos manifestantes custou o cargo secretário de Defesa Social, Antônio Pádua. O comandante da Polícia Militar, coronel Vanildo Maranhão, também foi exonerado. Além disso, outros sete oficiais foram afastados e respondem a processos disciplinares.

Assista à entrevista

 

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