Fernando Brito
O episódio da combinação entre o falsário que inseriu, na noite de domingo, um relatório fajuto e combinado com o presidente da República – ou com os filhos presidenciais, o que dá no mesmo – para que este colocasse em dúvida a extensão das mortes pela Covid, é só um retrato do que é a entrega do comando deste país à pior malta de escroques em sua história, e olhe que já tivemos por aqui escroques capazes de superar os maiores do mundo.
O sujeito que emprenhou com documentos faltos o site do TCU é “peixe” de Bolsonaro, que por ele interferiu para ser nomeado para um cargo no BNDES, em telefonema pessoal do presidente da República, ao então presidente do TCU para que este autorizasse sua requisição para o cargo, informa Waldo Cruz, da Globonews.
Já na CNN mostra-se que o advogado que agora representa formalmente Jair Bolsonaro é Frederick Wassef, o mesmo que homiziou Fabrício Queiroz em sua casa/escritório até que este foi descoberto e preso.
Temos uma escumalha no comando da República, como diz, na edição de hoje da Folha o colunista Bruno Boghossian, ao dizer que Bolsonaro levou gangue golpista ao poder, e não apenas no sentido do golpe político, mas no de aplicação de golpes de toda espécie, espalhados numa imensa rede de favorecimentos.
Mas vivemos um tempo em que tudo isso se aceita “em nome” do combate ao que seria “esquerdismo”contrário a um governo que, afinal, está “combatendo a corrupção”.
O governo Bolsonaro, se é que se pode chamá-lo de governo, está se putrefazendo.
Mas, muito mais rapidamente do que se dissolve, dissolve as instituições da República, a vontade nacional e nosso senso de decência pública.
Ainda faltam 16 meses para as eleições e só quem for muito tolo acreditará que todo este tempo se permitirá que se forme naturalmente a consciência da população.
Não estamos lidando com um adversário político, mas com uma quadrilha.

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