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| Bolsonaro - Foto: Reprodução/Twitter |
Relatórios do inquérito dos atos antidemocráticos encontraram vários perfis “inautênticos”, sendo um operado da casa do presidente, no Rio, e do Palácio do Planalto
A descoberta está registrada em relatórios feitos durante as investigações do inquérito dos atos antidemocráticos. As apurações foram abertas em abril de 2020 para investigar a organização de manifestações que defendiam a ditadura militar, o AI-5, além de atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional.
A PF foi mirou as redes sociais e a identificação de contas falsas declaradas pelo Facebook. Os agentes utilizaram como base um relatório da Atlantic Council, que faz análises independentes a respeito de remoções de perfis da rede social por “comportamento inautêntico coordenado”.
Os investigadores da PF identificaram 80 contas inautênticas, que eram usadas para propagação de informações antidemocráticas. Em seguida, operadoras de internet foram intimadas a compartilhar os números de IP (identificador) dos terminais usados para operar esses perfis e os dados, como localização de acesso.
A conclusão apontou que, ao menos, 1.045 acessos foram realizados de órgãos públicos, incluindo a presidência da República, Câmara dos Deputados, Senado Federal, 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea do Exército. Além do Palácio do Planalto, a lista mostra, ainda, acesso da casa da família Bolsonaro, no Rio.
Nos endereços ligados ao presidente, aparecem a conta de Instagram Bolsonaro News e o perfil pessoal no Facebook de Tércio Arnaud Thomaz, assessor direto do presidente, apontado como um dos principais integrantes do chamado “gabinete do ódio.
Na residência de Bolsonaro, os acessos foram feitos em novembro de 2018. Já na rede da presidência, foram mais de 100 acessos só ao perfil Bolsonaro News, no período de novembro de 2018 a maio de 2019.
Tática
O documento da Atlantic Council relata que a Bolsonaro News é descrita como uma página que utiliza memes para atacar ex-aliados do presidente.
“Tática do suposto Gabinete do Ódio. Esse comportamento persistiu durante a campanha de 2018 e continuou depois que Bolsonaro assumiu o cargo. Muitas dessas postagens foram publicadas durante o horário de trabalho, o que pode ser uma indicação de que Tércio Arnaud Thomaz estava postando neste site – que não está oficialmente conectado à presidência – durante o horário oficial do gabinete”, diz trecho do relatório.
O Facebook informou à PF que, para derrubar as contas, utilizou a seguinte justificativa: “Operações executadas por um governo para atingir seus próprios cidadãos. Isso pode ser particularmente preocupante quando combinam técnicas enganosas com o poder de um Estado”.

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