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 Através do perfil oficial da Secretaria de Comunicação, governo Bolsonaro respondeu à matéria crítica da respeitada revista britânica a Bolsonaro, chegando a afirmar que a publicação faz "panfletarismo"


Ivan Longo Jornalista e repórter especial da Revista Fórum.



O presidente Jair Bolsonaro voltou a usar a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) para fazer promoção pessoal. Desta vez, atacando a respeitada revista britânica The Economist.

O motivo é o fato da publicação ter dedicado uma reportagem de capa na última semana em que critica o governo brasileiro na condução do enfrentamento à pandemia e também com relação ao âmbito econômico. “Hospitais estão lotados, nas favelas ecoam tiros e há um recorde de 14,7% trabalhadores desempregados. Incrivelmente, a economia do Brasil está menor agora do que era em 2011 – e serão necessários muitos trimestres fortes, como o relatado em 1º de junho, para reparar sua reputação. O número de mortos no Brasil em Covid-19 é um dos piores do mundo. O presidente, Jair Bolsonaro, brinca que as vacinas podem transformar as pessoas em crocodilos”, diz um trecho da matéria, cuja a ilustração de capa mostra um Cristo Redentor usando máscara de oxigênio.


Em uma sequência de postagens no perfil oficial da Secom no Twitter, o governo Bolsonaro tenta desqualificar a revista e diz que ela “enterra a ética jornalista e extrapola todos os limites do debate público”. Ao longo da sequência de posts, a pasta questiona dados apresentados pela publicação e faz uma série de elogios ao presidente brasileiro.

“Com o objetivo de atacar o Presidente da República e influenciar os rumos políticos do Brasil, destila uma retórica de torcida organizada e acaba, na verdade, atacando o intenso trabalho do Governo do Brasil, a autonomia da Nação Brasileira e os brasileiros como um todo”, diz outro trecho da postagem.

A Secom chega a sugerir, inclusive, que a The Economist faz “apologia ao homicídio do presidente?” por ter afirmado na matéria, de maneira figurada, que é preciso “eliminar” Bolsonaro.

Confira.

 

 

Promessas não cumpridas


Sobre o presidente Jair Bolsonaro, a reportagem afirma que a “desilusão” no país abriu o caminho para a vitória do ex-militar. “Ex-capitão do Exército com uma queda pela ditadura, ele convenceu os eleitores a verem sua impropriedade política como um sinal de autenticidade. Ele prometeu expurgar políticos corruptos, reprimir o crime e turbinar a economia. Ele falhou em todas as três promessas”, prossegue o texto.

“Na Covid-19, Bolsonaro apoiou comícios anti-lockdown e curas de charlatães. Ele enviou aviões carregados de hidroxicloroquina para tribos indígenas. Por seis meses ele ignorou ofertas de vacinas. Um estudo descobriu que o atraso pode ter custado 95.000 vidas”, continuou.

A revista então argumenta que, salvo o impeachment de Bolsonaro, o destino do Brasil será decidido pelos eleitores em 2022. “Seus rivais deveriam oferecer soluções em vez de espalhar nostalgia. Seu sucessor herdará um país danificado e dividido.”

 

  revistaforum.com.br

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