Ainda não está claro se Pazuello foi um Ministro que não conseguiu segurar a onda, ou se foi cúmplice das esbórnias, representante os militares que levou ao Ministério.
Houve avanços nas investigações sobre a máfia das vacinas incrustada no Ministério da Saúde. Ontem, o Fantástico passou uma reportagem grande sobre o tema. Apesar dos recursos fartos, não avançou em muita coisa para explicar o que está ocorrendo com as vacinas.
Descrevemos o golpe na reportagem Xadrez para Entender a História do Cabo das Vacinas. Falta esclarecer os seguintes pontos:
1. Em que consistia o golpe, já que o pagamento seria contra a entrega de vacinas, que a americana Davati não possuía?
Uma hipótese seria a da Davati juntar uma demanda grande, nos contatos conseguidos por seus intermediários, e depois sair atrás de qualquer xepa no mercado internacional.
Outra possibilidade é dos clientes apresentarem cartas de crédito, que seriam descontadas dando tempo para a Davati subir na poeira. Ontem, reportagem da Folha mostrou que a Davati foi criada em 2016, sem histórico nenhum na compra de remédios.
2. O esquema Davatti
Até agora, mesmo com toda sua enorme estrutura, o Fantástico apenas repetiu o que já sabíamos sobre a Davati. Mas é evidente que ela montou um esquema internacional para jogadas no mercado das vacinas. Esse esquema precisa ser destrinchado.
3. O representante comercial da Davati.
Nada se falou ainda do pivô de toda essa história, o representante comercial da Davati no Brasil. É ele quem mantem contato com Luiz Miranda e, depois, com a Senah e o cabo Domingueutti.
4. A participação do deputado Luiz Miranda.
No xadrez desenvolvemos uma hipótese, a partir da revelação de que ele mantinha conversas habituais com o representante da Davati no país. Mas tentou também vender vacinas e foi impedido pelo esquema Ricardo Braga? Nesse caso, a postura do irmão teria que ser revista.
5. As relações entre a Secretaria Nacional de Assistência Humanitária e Flávio Bolsonaro.
Pelas fotos divulgadas, é óbvio que o bispo da tal Senah é ligado ao bolsonarismo. Mas, até agora, não se levantou a atividade da tal associação, a maneira como atua e como se aproximou do bolsonarismo.
6. O histórico da Precisa e da Global na gestão Mandetta-Pazuello
Ambas as empresas foram participantes dos principais golpes aplicados pelo deputado Ricardo Barros, quando Ministro da Saúde do governo Temer. Pouco se sabe até agora, das tentativas bem-sucedidas no governo Bolsonaro. O que se tem de concreto é sua participação na compra de uma das vacinas chinesas.
7. A participação do general Pazuello.
Ainda não está claro se Pazuello foi um Ministro que não conseguiu segurar a onda, ou se foi cúmplice das esbórnias, representante os militares que levou ao Ministério. Como, aparentemente, parte da conta penal irá para ele, poder ser que se sinta estimulado a contar o que sabe.
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