Jovino Bento Junior, defensor público apoiador de Jair Bolsonaro (Reprodução/Youtube)

"Jesse Owens foi aquele negro, ganhou quatro medalhas olímpicas nas Olimpíadas de 1936 em Berlim, tudo sendo assistido por Hitler", disse Jovino Bento Júnior ao atacar passaporte das vacinas.


Plinio Teodoro
Revista Fórum
4-5 minutos

Negacionista e apoiador contumaz de Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais, o defensor público Jovino Bento Júnior elogiou Adolph Hitler ao se posicionar contra o passaporte da vacina durante debate sobre o tema no Conselho Superior da Defensoria Pública realizado na sexta-feira (14).

Em sua explanação, Jovino citou a expulsão do tenista sérvio Novak Djokovic da Austrália porque o atleta tentou burlar as leis sanitárias do país para participar do Aberto de Melbourne. O bolsonarista comparou o caso com a participação do atleta Jesse Owens nas Olimpíadas de Berlim em 1935, durante a ditadura nazista.

“A proposta é sim de se punir quem não se vacinar. Essas colocações dele me lembram inclusive um meme que vi esses dias, achei uma colocação muito perfeita para a ocasião com o caso do tenista Novak Djokovic na Austrália. A postagem dizia assim: Nem Hitler fez com Jesse Owens na Alemanha o que o governo da Austrália está tentando fazer com Djokovic. E é exatamente isso. Jesse Owens foi aquele negro, ganhou quatro medalhas olímpicas nas Olimpíadas de 1936 em Berlim, tudo sendo assistido por Hitler. E Hitler não o impediu de competir, de entrar no país, como se começa a se ver hoje nos países. Esse caso é emblemático”, disse o defensor público que ressaltou que a forma como estava sendo debatido “não condiz com a grandeza do tema”.

A declaração gerou revolta e foi rebatida pelo também defensor Antônio de Maia e Pádua.

Não se pode admitir que alguém acorde cedo, se prepare com um terno e uma gravata, para elogiar a conduta de Hitler perante o Conselho Superior da Defensoria ou qualquer outro lugar. Nada que vem dali é exemplo. Nada”, afirmou.

Trainee para negros do Magazine Luiza

Jovino Bento Júnior foi o responsável por mover ação contra o programa de trainee para negros da Magazine Luiza em 2020. Na ocasião, ele disse que o processo seletivo é racista e o classificou como “marketing de lacração” para “ganho político”.

“A ação levada a efeito pela ré se insere no conceito de marketing de lacração e visa, com isso, ganho político, num primeiro momento, para, em seguida, ampliar seus lucros e sua faixa de mercado em magnitude sem precedentes históricos e representando risco à democracia a médio prazo”, escreveu na ação, que cobrava R$ 10 milhões da rede de varejo por danos morais coletivos.

A pedidos do movimento negro, a própria Defensoria Pública foi responsável pela defesa da Magazine Luiza na ação.

A campanha fez com que a rede de lojas dobrasse o número de contratados negros ou pardos na seleção. Normalmente, o processo seletivo para esse programa, que forma profissionais com potencial para chegarem aos postos de comando da companhia, contrata cerca de dez pessoas.

Na ocasião, o Magazine Luiza selecionou 19 pessoas negras ou pardas para a edição 2021 de seu programa de trainee. 

revistaforum.com.br

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