Redação Disparada
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Por Lucas Rubio – Há 31 anos, em 17 de março de 1991, era realizado um gigantesco referendo nacional em todas as repúblicas da União Soviética. Tal referendo visava consultar o desejo popular sobre a manutenção ou desintegração da URSS como um país.
O clima no país já estava grave desde os anos 1980 com a intensificação de movimentos de todas as partes que visavam a destruição da URSS. A queda na produtividade econômica e as medidas desastrosas de Mikhail Gorbachev na frente do governo soviético abriram espaço para pipocarem movimentações orquestradas desde o exterior que exigiam o fim do sistema socialista e o fim da URSS.
Em março de 1991, o governo central soviético, visando sanar as tensões, realizou então um referendo nacional. No bilhete de votação, havia a seguinte pergunta:
«Você considera indispensável a manutenção da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas como uma Federação renovada de repúblicas iguais e soberanas na qual, sob quaisquer circunstâncias, os direitos e liberdade do cidadão de qualquer nacionalidade serão totalmente garantidos?»
Havia duas opções de resposta: “sim” e “não”.
A esmagadora maioria do eleitorado, quase 78%, votou em “sim”. O desejo amplo dos soviéticos, indiscutível a partir desse referendo, era que a URSS continuasse a existir como um país uno.
Desesperados pelo resultado do referendo, as forças hostis de dentro e fora da URSS resolveram agir pela margem. A partir do resultado, começaram a surgir guerras abertas, manifestações violentas e manobras políticas de cima para baixo. Era nítido que o desejo de destruir a URSS, uma pauta na agenda do imperialismo desde 1922, era algo que vinha de cima para baixo e não o contrário.
Apesar do desejo popular, em 25 de dezembro do mesmo ano, a URSS deixou de existir com a renúncia de Gorbachev e as seguidas declarações de “independência” dos dirigentes regionais das Repúblicas que compunham a gigantesca URSS.
O que veio depois foi um cenário de destruição total do sistema social, econômico, cultural e político que o povo soviético havia demorado 7 décadas para edificar. As privatizações em massa geraram desemprego, ruína dos serviços públicos, outrora padrões standart mundiais, além da proliferação da criminalidade, pobreza e miséria. As fábricas, escolas, teatros, hospitais e espaços públicos foram sendo fechados em todo o país. O uso de drogas, o suicídio, a prostituição e todos os males sociais decorrentes passaram a fazer parte do cenário das cidades.
Até hoje, 31 anos depois do “sim, eu quero a URSS!”, os povos daqueles países ainda não recuperaram sequer uma fração da vida que tinham.
Nas imagens, local de votação do referendo e um cartaz de apoio ao voto no “sim”, dizendo “Pela união!”.
Por Lucas Rubio
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