Bandeira da Arábia Saudita na capital Riad. © AFP/ Yasin Akgul
 
Texto por: RFI
3-4 minutos

 A Arábia Saudita anunciou neste sábado (12) ter executado 81 pessoas em um único dia por crimes relacionados ao "terrorismo", um recorde que excede até o número total de sentenças de morte no país em 2021, informou a agência oficial de notícias SPA.


Os prisioneiros executados - 73 sauditas, sete iemenitas e um sírio - foram acusados de pertencer a vários grupos "terroristas", incluindo a organização jihadista grupo Estado Islâmico e os rebeldes Houthi no Iêmen, acrescentou a agência SPA.



Segundo a agência, eles tentaram realizar vários ataques no reino muçulmano, inclusive contra locais de culto, edifícios governamentais, assim como "instalações vitais para a economia do país". Eles também são acusados de tentar matar agentes da lei e contrabando de armas.

De acordo com a SPA, cada um dos culpados foi "condenado pelos tribunais sauditas em julgamentos supervisionados por 13 juízes".

A Arábia Saudita tem uma das maiores taxas de execução do mundo, com 69 sentenças de morte em 2021, de acordo com uma contagem da agência AFP baseada em declarações oficiais. A monarquia absoluta se constitui a partir da Sharia, a lei islâmica, desde 1992.

"Uma postura rígida"

"O reino continuará a tomar uma posição rigorosa e inabalável contra o terrorismo e ideologias extremistas que ameaçam a estabilidade do mundo inteiro", informou ainda a agência SPA. As execuções na Arábia Saudita são geralmente realizadas por decapitação.

Durante vários anos, o reino foi alvo de uma série de ataques mortais perpetrados pelo grupo EI, e é também o alvo de ataques dos Houthis do Iêmen vizinho, dilacerado pela guerra. Riad tem apoiado o governo iemenita contra os Houthis desde 2015.Homicídio, estupro, assalto à mão armada, feitiçaria, adultério, sodomia, homossexualidade e apostasia são puníveis com a morte no reino ultra-conservador.

Em 2020, a Arábia Saudita anunciou o fim da pena de morte para os condenados por crimes cometidos quando tinham menos de 18 anos. As execuções anunciadas neste sábado acontecem um dia após a libertação do blogueiro e ativista dos direitos humanos Raif Badawi, que foi condenado a dez anos de prisão por defender o fim da influência da religião na vida pública na Arábia Saudita.

O ex-Repórteres Sem Fronteiras, de 38 anos, vencedor do prêmio de liberdade de imprensa, está agora cumprindo sua sentença, mas está proibido de sair da Arábia Saudita pelos próximos dez anos.

(Com AFP)




rfi.fr

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