Segundo a Procuradoria, Braga Netto confirmou que recursos financeiros partiram do agro. “O dinheiro foi entregue numa sacola de vinho”, apontou a denúncia


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Leonardo Lucena

4–6 minutos



Braga Netto (Foto: Isac Nóbrega/PR)
Braga Netto (Foto: Isac Nóbrega/PR)

247 - A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que, durante o governo Jair Bolsonaro (2019-2022), representantes do agronegócio disponibilizaram dinheiro para ajudar nas tarefas necessárias, com o objetivo de aplicar um golpe de Estado.

De acordo com a PGR, “o dinheiro foi entregue numa sacola de vinho”. “O General Braga Netto afirmou à época que o dinheiro havia sido obtido junto ao pessoal do agronegócio", mostrou um trecho da colaboração premiada. O relato saiu na coluna de Lauro Jardim.

"O Coronel Oliveira entrou em contato com o colaborador solicitando dinheiro para realizar as operações que havia discutido com o General Braga Netto e o Coronel Ferreira Lima na reunião do dia 12 de novembro de 2022. (...) Alguns dias após, o Coronel De Oliveira esteve em reunião com o colaborador e o General Braga Netto no Palácio do Planalto ou da Alvorada, onde o General Braga Netto entregou o dinheiro que havia sido solicitado para a realização da operação”.

A PGR denunciou o político da extrema-direita e mais 33 pessoas pela participação na trama golpista, que, segundo a Polícia Federal, também envolvia os assassinatos do presidente Lula (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.


Bolsonaro e Braga Netto entre os denunciados. Depois das acusações feitas pela PGR, o caso será analisado no STF, que tem Moraes como relator dessa investigação do plano golpista.
Crimes

A PGR acusou Bolsonaro de cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, além de deterioração de patrimônio tombado.

No inquérito da trama golpista, a Polícia Federal, que indiciou Bolsonaro, apontou um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes.
Delação

O tenente-coronel Mauro Cid afirmou que Fabio Wajngarten, advogado e assessor de Bolsonaro, tentou descobrir o conteúdo de seu acordo de delação premiada. De acordo com o ex-ajudante de Bolsonaro, aliados do governo dele distorceram a interpretação do artigo 142 da Constituição Federal para justificar uma tentativa de golpe.

O artigo 142 prevê que "as Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem".

Conforme a delação, Bolsonaro também apresentou uma minuta de golpe ao comandante de Operações Terrestres do Exército, general Estevam Teophilo. Cid afirmou que o ex-mandatário nunca desmobilizou os manifestantes que estavam nas ruas e nas portas dos quartéis do Exército após as eleições de 2022.

A delação apontou que o político da extrema-direita também "encaminhava diretamente" ao gabinete do ódio alguns ataques a ministros do STF. Antes da PGR receber da Polícia Federal os detalhes do plano golpista, a PF disse que o esquema da tentativa de golpe era formado por seis núcleos, um deles responsável pela disseminação de desinformação e ataques ao sistema eleitoral.

O militar disse também que Bolsonaro ordenou que ele colocasse dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.

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