Publicação permaneceu no ar por 28 meses; perfil oficial da pasta no Twitter encaminhava para chat no Telegram com mensagem golpista


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Redação Brasil 247

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Jair Bolsonaro e atos golpistas de 8 de Janeiro (Foto: REUTERS)
Jair Bolsonaro e atos golpistas de 8 de Janeiro (Foto: REUTERS)

247 – O Ministério da Defesa, ainda sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), publicou um link em seu perfil oficial no Twitter que direcionava para um canal no Telegram onde havia um pedido explícito de golpe de Estado. A informação foi divulgada pelo jornal Estado de S. Paulo, que identificou que a postagem permaneceu disponível por 28 meses. Procurada, a atual gestão do ministério não comentou o caso.


O tuíte foi publicado em 7 de novembro de 2022, oito dias após Bolsonaro ser derrotado nas urnas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na época, a pasta era comandada pelo general Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército. A publicação orientava os usuários a acessarem uma nota sobre o relatório de fiscalização das urnas eletrônicas, mas o link redirecionava para um canal no Telegram chamado “Ministério da defesa” – com erro na grafia oficial da pasta –, que continha apenas uma única mensagem: “Dê o golpe jair”, acompanhada de um emoji da bandeira do Brasil.

A publicação do Ministério da Defesa ocorreu em meio a um contexto de mobilização golpista por parte de apoiadores de Bolsonaro, incluindo bloqueios em rodovias e acampamentos diante de quartéis das Forças Armadas, que pediam intervenção militar para impedir a posse de Lula.
Possível hackeamento ou ação interna?

Atualmente administrada pelo governo Lula, a conta oficial do Ministério da Defesa no Twitter (agora chamado de X) possui 910 mil seguidores e faz postagens regulares. O ministério também tem um canal oficial no Telegram, que conta com mais de 20 mil inscritos. No entanto, o canal para onde o link redirecionava tinha apenas 289 inscritos, o que levanta dúvidas sobre sua autenticidade.

Segundo o jornal, membros da pasta consultados informalmente disseram não saber se a publicação foi resultado de um hackeamento ou se teve a participação de algum servidor da Defesa na época.

A postagem golpista teria sido feita entre a noite do dia 9 e a tarde do dia 10 de novembro de 2022. Durante esse período, o próprio Ministério da Defesa estava envolvido diretamente na auditoria das urnas eletrônicas, uma iniciativa impulsionada por Bolsonaro na tentativa de desacreditar o processo eleitoral.

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