do TERRA BRASILIS
Em julho, quando as Nações Unidas declararam que partes da Somália estavam assoladas pela fome generalizada, o bebê Minhaj Gedi Farah, que com milhões de compatriotas conseguiu chegar a campos de refugiados no Quênia, se tornou o rosto da tragédia. Esquelético, com os olhos esbugalhados, Minhaj tinha sete meses e pesava apenas 3,2 quilos, menos do que boa parte dos recém-nascidos. Três meses depois, graças à atuação da ONU e de diversas ONGs que proporcionam ajuda humanitária, Minhaj sobreviveu e se tornou um bebê de dez meses com bochechas salientes (ele pesa oito quilos, quase o normal para sua idade) e capaz de engatinhar.

A história de Minhaj foi contada nesta quarta-feira (9) pela ONG International Rescue Committe (Comitê Internacional de Salvação), em evento para arrecadar fundos em Nova York, nos Estados Unidos, acompanhado pela agência Associated Press. Segundo a AP, o sucesso do bebê surpreendeu a todos.

“Sua mãe nunca acreditou que ele iria se recuperar. Todos os membros de sua família estão muito felizes”, disse Sirat Amin, enfermeira-nutriocionista do Comitê Internacional de Salvação) que está monitorando o progressos de Minhaj. “Ele pode ficar sentado sem apoio, pode comer o (suplemento nutricional) Plumpynut sozinho. Ele está engatinhando”.
A ONG destacou o sucesso de Minhaj, mas lembrou que casos como o dele não são a regra. A ONU e agências humanitárias independentes têm conseguido prestar serviços mais eficientes nos últimos meses, mas a ajuda chega a apenas 2,2 milhões dos 4 milhões somalis que precisam dela, em território da Somália e nos campos de refugiados no Quênia. Em julho, a ONU anunciou que precisava arrecadar US$ 1 bilhão para combater a crise de fome, mas por enquanto só conseguiu US$ 779 milhões. Dentro da Somália, os obstáculos são ainda piores: a guerra do frágil governo da Somália e de militares quenianos contra grupos de fundamentalistas religiosos, as restrições impostas por esses grupos e as fortes chuvas (que sucedem uma forte seca). Assim, muitas crianças estão em precária, às vezes pior que a de Minhaj em julho:


O Fundo para as Crianças da ONU diz que 168 mil crianças malnutridas de forma aguda, com menos de cinco anos, podem morrer nas próximas semanas. Eles estão preocupados com doenças infecciosas como sarampo, cólera e malária, particularmente nos sujos e lotados campos na capital Mogadíscio. “A fome não acabou… as crianças estão morrendo diariamente”, disse Hannan Sulieman, número 2 da UNICEF na Somália. “A malnutrição está acima dos níveis de emergência há dez anos”.
A imagem abaixo mostra imagens de diversas fases da recuperação de Minhaj. A mais recente está embaixo, à direita:

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