[OBS deste blog ‘democracia&política’: Concordo plenamente com os pensamentos de Eduardo Guimarães expressos no artigo abaixo. A próxima campanha pela prefeitura de São Paulo não tem importância a ponto de arriscar a vida do ex-presidente Lula. Se os paulistanos preferirem Serra em vez de Haddad, problema de gosto. Se querem alimentar o sonho pessoal de Serra de (novamente!) ficar pouco tempo na Prefeitura apenas como seu trampolim, para largá-la e candidatar-se a Presidente em 2014, problema dos paulistanos. Se gostaram das soluções apregoadas (não implantou) por Serra para as frequentes e cada vez maiores enchentes, problema de quem o eleger. Lula não deve pôr sua vida em risco por conta de uma campanha que, com certeza, pelos antecedentes, será violenta, baixa, suja, e com todo o engajamento ardoroso da mídia direitista tucana desesperada por Serra. Lembremo-nos de Serra e sua esposa acusando Dilma de "assassina de criancinhas" porque Dilma é a favor de apoio público de saúde para mulheres que abortam (esconderam -ou tiveram amnésia?- o aborto da Sra. Serra no Chile). Não nego que Serra trouxe momentos de humor naquela campanha de 2010. Por exemplo, com a comédia da farsa de ele e sua comitiva correrem para o hospital, e com estardalhaço na mídia para todo o Brasil, por conta de uma bolinha de papel na cabeça. Infelizmente para eles, a leve e esvoaçante bolinha havia sido filmada e não pôde ser transformada em gigantesco e assassino rolo de papel. Enfim, para ele vale tudo para ser presidente. Lula, no estágio atual de convalescença, não deve entrar nessa. É muito mais valioso para o Brasil que tudo isso. Vejamos o artigo do "Cidadania.com":].
LULA NÃO PODE ARRISCAR A VIDA POR UMA CAMPANHA ELEITORAL
Por Eduardo Guimarães
“Na noite de 31 de outubro de 2010 fui com a família à avenida Paulista comemorar a vitória de Dilma Rousseff. Um grupo de amigos reunira-se em um dos bares do quarteirão da rua Joaquim Eugênio de Lima com a avenida, que ficou conhecido como “Prainha Paulistana”. Ali, encontrei Marcos Lula, um dos filhos do então presidente da República.
Conversa vai, conversa vem, Marcos me confidenciou a dificuldade instransponível para convencer seu pai a se afastar de atividade que tanta dor tem trazido à sua família nos últimos tempos, desde que o ex-presidente anunciou que estava sofrendo de câncer, em razão dos ataques políticos que não o poupam nem em momento de tanta dificuldade.
Segundo o filho de Lula, seu pai sempre prometeu à família que um dia deixaria a política, mas esse dia nunca chegou. E, assim, a família inteira vai tendo que conviver com os sucessivos ataques ao patriarca, os quais sempre conseguem ser mais rasteiros e desumanos do que os anteriores.
Na semana passada, reuni-me com amigos na inauguração da nova sede do Centro de Estudos Barão de Itararé, na rua Rego Freitas, no prédio em que fica o Intervozes. Entre sindicalistas, militantes, jornalistas, diplomatas e políticos, não encontrei uma só pessoa que não concordou com a tese de que Lula deve virar alvo de pesada artilharia, nos próximos meses.
Todos lembraram o quanto a direita midiática está assustada com a entrada dele no processo eleitoral de 2012 e de como, desse medo, têm emanado os ataques mais virulentos, baixos e covardes que se possa conceber. E de como aumentarão ainda mais se Lula voltar ao palco político.
No fim da tarde de domingo, os portais de internet anunciavam a nova internação de Lula, desta vez por conta de infecção pulmonar e febre. Há algumas semanas, fora internado por dores na garganta e dificuldade de deglutir.
Eu e minha família temos comentado que a aparência de Lula não nos está agradando. Em nossa opinião, o ex-presidente está claramente sentindo mais o tratamento do que a presidente Dilma. Talvez pela localização de seu tumor, talvez pelo fato de que mulher é mais forte, só sei que o fato é que Lula ficou impressionantemente abatido.
Qualquer pessoa comum, sofrendo do mal que acomete o ex-presidente, se afastaria por completo de atividades desgastantes tanto do ponto de vista emocional quanto físico, como sói ser uma campanha eleitoral – ainda mais em um país como o nosso, onde política é uma guerra em que abundam os golpes baixos.
Luiz Inácio Lula da Silva já fez o que podia pelo país. Trabalhou como um cavalo durante seus 8 anos na Presidência. Jornadas de trabalho ocupavam dois terços dos seus dias, fins de semana inteiros eram dedicados à política. Ninguém pode exigir mais nada desse homem. Doente como está, participar de campanha suja como a que vem por aí, é loucura.”
FONTE: escrito por Eduardo Guimarães no seu blog “Cidadania.com” (http://www.blogcidadania.com.br/2012/03/lula-nao-pode-arriscar-a-vida-por-uma-campanha-eleitoral/).
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