(FOTO: PIXABAY) |
Esse tipo de ferramenta já foi estudada por companhias norte-americanas e canadenses, mas é a primeira vez que os pesquisadores conseguem reproduzir todos os padrões da voz humana de modo quase instantâneo. Ao recriar a voz de maneira digital, a tecnologia é capaz de "ler" qualquer tipo de texto inserido.
Apesar de ainda não soar de maneira completamente natural, os especialistas que tiveram a oportunidade de ouvir a voz digital afirmam que ela está cada vez mais parecida com o som emitido por humanos.
Em 2016, a empresa norte-americana Adobe desenvolveu o VoCo, que também recriava a voz humana — o banco de dados necessário para o serviço, no entanto, necessitava de 20 minutos de fala.
Em entrevista concedida à GALILEU em 2016, o engenheiro Marcelo Lau diz que essa não é uma discussão nova: empresas de tecnologia trabalham em projetos semelhantes ao da Adobe há pelo menos dez anos. De acordo com o especialista, a captação de áudios de aplicativos como Instagram, Snapchat e WhatsApp já seria o suficiente para editar e criar novos discursos.
“O maior risco é tornar essa tecnologia acessível aos usuários domésticos”, afirma Lau. “Isso colocaria em xeque qualquer conteúdo vocalizado.” Telefonemas grampeados em escutas telefônicas de operações policiais, por exemplo, correriam o risco de sofrer adulterações.
Por outro lado, as companhias afirmam que esse recurso aparentemente bizarro pode ser utilizado para fins nobres: pessoas que perderam a habilidade da fala, por exmplo, poderiam recriar sua voz a partir desse tipo de recurso.
Galileu